A última jogada do ministro Ricardo Lewandowski contra Jair Bolsonaro – a de apresentar um anteprojeto para a revisão da lei do impeachment nesta sexta, 16 – tem a intenção de evitar que pedidos de impedimentos fiquem parados em uma gaveta na Câmara dos Deputados.
O texto propõe prazo de 30 dias úteis para que o presidente da Casa Legislativa defina se dará ou não andamento a denúncias relacionadas a presidentes da República, mas também ministros do próprio Supremo, procuradores e comandantes das Forças Armadas.
Nos últimos anos, Arthur Lira sentou em cima de mais de 100 pedidos de impeachment contra Bolsonaro apenas porque os dois eram amigos, compadres ou, como dizem em Brasília, aliados políticos.
“O silêncio do presidente após o prazo de que trata o caput será considerado indeferimento tácito, com o consequente arquivamento da denúncia”, afirma o anteprojeto de Lewandowski.
A coluna apurou que o texto, que tenta revisar essa Lei do Impeachment, deve ganhar apoio de vários políticos.
Ocorre que, motivado pela inação de Lira em relação a Bolsonaro, a nova lei – se aprovada – entrará em vigor no governo Lula e poderá acertar outros políticos e funcionários públicos.
Por sua forte habilidade política, dificilmente acertará o petista. Mas certamente, em algum momento da História, poderá levar à derrocada de outro líder brasileiro.
É sempre bom lembrar que Lewandowski presidiu o processo de impeachment da ex-presidente Dilma no Senado. Por isso – até – foi “escolhido” para o desafio.