
Nascido da Igreja Universal, o Partido Republicanos era base do governo Jair Bolsonaro, fazendo tudo o que podia (e não podia!) para dar sustentação política ao líder da extrema-direita.
Houve momentos – nesses últimos quatro anos – em que líderes da legenda diziam que eles tinham nas mãos a mais importante agremiação conservadora do Brasil.
Pois bem.
Neste domingo, 12, o deputado Marcos Pereira, presidente do Republicanos, deu uma entrevista à Folha na qual não só critica Bolsonaro, mas mostra que a direita, tão organizada nos últimos anos, pode acabar rachada.
“Se ele [Bolsonaro] fosse líder da oposição, ele teria de estar fazendo oposição aqui no Brasil. Ele é um turista nos Estados Unidos”, disse. “Você só faz oposição presente. Você tem de estar presente para fazer oposição.”
Chamar um ex-presidente de turista é praticamente colocá-lo fora do xadrez político de 2026. Questionado se o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, que é do Republicanos, será candidato à presidência, Marcos Pereira desconversou, mas não negou.
Mas, depois, afirmou:
“Eu vou dizer uma outra coisa: se Tarcísio fosse o candidato a presidente – e não o Bolsonaro -, ele seria o presidente da República, não o Lula”
Para o presidente do Republicanos, pesquisas qualitativas demonstravam isso em 2022. “Eu tenho dito em bastidores, em conversas com políticos, com empresários, que Lula não ganhou a eleição. Foi Bolsonaro que perdeu”.
É uma forte sinalização de que a direita pode acabar tendo mais de um candidato daqui a quatro anos, o que facilitará – e muito – o trabalho do PT.