A resposta do STF sobre a versão de Bolsonaro sobre tornozeleira

A Primeira Turma do Supremo confirmou nesta segunda, 24, o que o voto de Alexandre de Moraes já antecipava. Todos os ministros referendaram a prisão preventiva de Jair Bolsonaro, encerrando qualquer dúvida sobre a avaliação do colegiado. 

A sessão virtual continua até as 20h, mas o resultado está definido desde o início da tarde. A comunicação oficial no site do tribunal registra a unanimidade.

A decisão está ancorada nas provas reunidas pela Polícia Federal e pelo relatório da Secretaria de Administração Penitenciária do DF. O equipamento eletrônico que monitorava Bolsonaro apresentava queimaduras em toda a circunferência. 

O próprio ex-presidente admitiu ter usado um ferro de solda ao tentar abrir a tornozeleira. Moraes descreveu o ato como violação dolosa e consciente. A confissão e a materialidade convergem para afastar a tese apresentada pela defesa.

O relator também situou o episódio no momento mais sensível do processo. A condenação na Ação Penal 2668 se aproxima do trânsito em julgado. É nesse estágio final dos recursos que Bolsonaro violou o monitoramento e que Flávio Bolsonaro convocou apoiadores para uma vigília diante do condomínio do pai. A PF alertou que a mobilização poderia criar tumulto e favorecer uma tentativa de fuga.

Flávio Dino acompanhou Moraes e lembrou que planos de evasão já haviam sido identificados anteriormente. Para ele, a nova violação apenas reforça o padrão de descumprimento das medidas cautelares. Cármen Lúcia e Cristiano Zanin concluíram o julgamento com o mesmo entendimento, formando o resultado unânime da Turma.

A Primeira Turma estabelece assim a moldura institucional para um episódio que reúne confissão, provas técnicas, mobilização política e o horizonte próximo de uma decisão definitiva. 

Para o colegiado, a tornozeleira queimada não foi acidente nem confusão. Foi intenção. E a resposta acompanhou a gravidade do fato.

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