
A articulação política do governo Lula foi atropelado pela bancada bolsonarista com o PL da Devastação, que desmonta os procedimentos para licenciamento ambiental no Brasil, confrontando a visão da ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, uma das vozes mais respeitadas do mundo no tema, e as propostas de campanha da quinta gestão federal petista.
Os ruralistas conseguiram a aprovação do projeto no Senado que, sem exagero, é o maior retrocesso ambiental nos últimos 40 anos no Brasil dando a pior sinalização possível para outros países no ano em que o Brasil sedia a COP 30, a convenção das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima. Será em Belém, no Pará.
Esse não é o primeiro revés da ala conservacionista do governo Lula. Aliás, foram vários desde o início do governo, mas em um período de uma semana, por exemplo, teve a aprovação do PL da Devastação e o sinal verde para início das atividades da Petrobras na Margem Equatorial, na Foz do Rio Amazonas, mesmo com laudos técnicos contrários.
O pior, na avaliação da coluna, é o fogo amigo da ala desenvolvimentista do governo que tem vencido a queda de braço, especialmente neste caso da região costeira entre o Rio Grande do Norte e o Amapá que contou com declarações de apoio do presidente Lula.
A ministra tem conseguido vitórias importantes, assim como fez em sua primeira passagem no ministério, há 20 anos, com a forte queda do desmatamento na Amazônia, por exemplo. Ainda assim, a pergunta que fica é: até quando ela aguentará fazer parte de uma gestão que, em muitos aspectos, fala uma língua diferente da dela? Ou… que não compra as brigas ambientais dela por interesses políticos?