A omissão da OAB-MT sobre assassinato de advogado
Crime completa 4 meses. Vítima havia denunciado um desembargador que, agora, é investigado no caso de venda de decisões do STJ revelado por Veja
Quatro meses após o assassinato do advogado Renato Gomes Nery, seus familiares e amigos avaliam que a Ordem dos Advogados do Brasil no Mato Grosso (OAB-MT), presidida pela advogada Gisela Cardoso, tem sido omissa em relação às investigações que deveriam esclarecer a motivação do crime. Eles estamparam essa opinião em letras garrafais em outdoors espalhados pela capital do Estado.
O outdoor tem o seguinte conteúdo: “Justiça por Renato Gomes Nery, ex-presidente da OAB-MT, advogado assassinado em Cuiabá! OAB, Polícia e Ministério Público em silêncio há 4 meses. Esse crime não pode ficar impune”.
Nesta quarta-feira, 6, o crime completou quatro meses. Nery foi executado a tiros em frente a seu escritório, em Cuiabá, em 5 de julho deste ano. Onze meses antes de ser assassinado, ele havia denunciado práticas ilícitas do desembargador Sebastião de Moraes ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Sebastião de Moraes foi afastado de suas funções pelo CNJ em agosto. Depois, em outubro, ele voltou a aparecer no noticiário quando VEJA revelou uma investigação a respeito de um esquema de venda de sentenças no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O desembargador tinha sido autor de uma mensagem enviada ao celular do advogado Roberto Zampieri, que também foi assassinado a tiros e, depois de morrer, se tornou pivô da investigação que, agora, está sob responsabilidade do Supremo Tribunal Federal.