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Matheus Leitão

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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog

A encruzilhada literária no 3º Fliparacatu

Festival literário organizado por Afonso Borges homenageará Ana Maria Gonçalves, primeira mulher negra na ABL, e Valter Hugo Mãe

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 28 ago 2025, 20h59

 

A cidade histórica de Paracatu, no interior mineiro e próxima do planalto de Brasília, se transforma, até domingo, no centro dos debates literários e da reflexão sobre o papel da palavra na construção de resistências, de identidade e de caminhos futuros.

“Literatura, Encruzilhada e a Desumanização” é o tema da 3ª edição do Festival Literário Internacional, o Fliparacatu, reunindo grandes autores da língua portuguesa durante cinco dias de encontros e eventos.

Os homenageados desta edição simbolizam a força desse debate. A mineira de Ibiá Ana Maria Gonçalves, imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), será celebrada pela sua obra-prima “Um defeito de cor”, um dos romances mais marcantes da literatura contemporânea brasileira. Do outro lado do Atlântico, o escritor português Valter Hugo Mãe soma-se à encruzilhada literária com o seu romance “Educação da Tristeza”.

Na última terça, 26, durante debate mediado por este colunista, no “Sempre um Papo”, programa da Caixa Cultural, Ana Maria Gonçalves afirmou que considera “Um defeito de cor” o livro que ela gostaria de ter lido e não encontrou. Segundo ela, aos 28 anos, queria entender o que era ser uma mulher negra em um país racista e machista como o Brasil.
“Escrever para mim foi essa afirmação”, disse. “Foi ter a certeza de que sim, eu sou uma mulher negra de pele clara, independentemente de quem estiver contestando isso, porque me entendo nessa história. Eu entendi de onde eu venho, a história que eu tenho de contar para honrar os meus antepassados que sofreram para caramba”, afirmou.

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No mesmo debate, Valter Hugo Mãe contou como é o desafio de escrever sobre outros países, a exemplo de seus livros sobre o Japão (“Homens imprudentemente poéticos”), o Brasil (“As doenças do Brasil”) e a Ilha da Madeira (“Deus na escuridão”). Segundo ele, a intenção é sair um pouco do conforto, se lançar ao desconhecido, tirar o chão dos pés.
“Vou conhecer o livro só na oportunidade de eu escrever. Antes disso, o livro é impossível”, afirmou. “Quando a cultura não é minha, as experiências não são minhas, eu fico desafiado a ser outra pessoa. Eu tento criar uma poética que me permita fantasiar uma persona”, completou.
Mais de 60 autoras e autores participam da programação do Fliparacatu, que conta com debates diversos. Jeferson Tenório, Míriam Leitão, Carla Madeira, Eliana Alves Cruz, Natalia Timerman, Sérgio Abranches, Eugênio Bucci, Jamil Chade, Alessandra Roscoe, Tino Freitas, Fernanda Takai e Zeca Camargo estão entre os escritores. A curadoria é de Afonso Borges, Bianca Santana, Jeferson Tenório e Sérgio Abranches.

Novos leitores

Um olhar especial foi dedicado ao campo infantojuvenil, com a curadoria de Leo Cunha. A experiência das edições passadas mostrou aos organizadores o grande interesse das crianças com o festival literário e a importância do evento no acesso desse público, às vezes dificultado pelas diferenças regionais, aos escritores, à diversidade de debates e às oficinas da programação.

A jornalista Miriam Leitão, também imortal da Academia Brasileira de Letras, vai conversar com as crianças sobre o tema “Leitura e Inclusão”. O ponto de partida é o seu mais recente livro “Lulli, a gata aventureira”, uma história sensível e delicada sobre respeito e valorização das diferenças.

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Nesta edição, a organização do Fliparacatu acentua a ligação do patrono do festival, o jornalista, escritor e jurista Afonso Arinos, com o criador do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan), atual Iphan. Sobrinho de Afonso Arinos, Rodrigo Melo Franco de Andrade, advogado, jornalista e escritor, foi o maior responsável pela consolidação jurídica da questão do Patrimônio Cultural no Brasil.

O debate “Patrimônio Histórico: O ideal de Rodrigo Melo Franco de Andrade” terá a participação do pesquisador Beto Mateus, do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG), e do jornalista Bernardo Mello Franco.

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