
Os planos de uma ala do PL para Michelle Bolsonaro – a ex-primeira-dama que é vista como uma alternativa política caso seu marido fique inelegível – já esbarra em vários problemas.
Além do grave escândalo das joias de R$ 16,5 milhões trazidas ilegalmente da Arábia Saudita, Michelle toda hora atrapalha os planos de parte do Partido Liberal.
A ideia desse grupelho da legenda é passar a ideia de que ela é uma mulher do povo.
Michelle é uma funcionária da Câmara dos Deputados – de pouca qualificação – que casou com um deputado, e esse deputado virou presidente.
Mas, com o poder nas mãos, virou uma pessoa soberba, que não só está envolvida em tentativas de contrabando de peças preciosas de uma joalheria caríssima.
Ela viaja com cabeleireiro para Nova York, é filmada numa loja Prada fazendo compras (após a Receita apreender a muamba milionária das arábias) e responde com arrogância quem tem uma visão de mundo diferente da dela.
O grupo que defende abertamente sua candidatura sabe que enfrentará, contudo, não só o embaraço dessas questões.
Ela terá que ultrapassar toda a direita bolsonarista que está se reorganizando como alternativa para 2026. Entre eles, os filhos que querem ser herdeiros de Jair Bolsonaro – principalmente o senador Flávio e deputado Eduardo, que tem essas ambições.
Outros quadros se apresentam como alternativa. O governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, tem muito mais capital político, evidentemente. O político tem uma importante máquina na mão, que usará por quatro anos para tentar alcançar a presidência.
Nesta semana, tentaram passar uma ideia que Michelle é hoje um fantasma para todos esses líderes da extrema-direita brasileira.
De fato, ela tem um ativo de falar com o eleitorado evangélico, especialmente os mais radicais.
Mas esse fantasma que poderá ser um fenômeno realmente existe? Hoje não. A ex-primeira-dama é apenas um não-fantasma que inventaram para a política.