A ausência e a falta de clareza da nova política industrial de Lula
… E que envolvem Haddad e Marina Silva!

A nova política industrial divulgada nesta segunda, 23, pelo governo Lula tem jeito e cara da velha política industrial. É de se notar que o ministro Fernando Haddad não compareceu na cerimônia no BNDES.
Anunciaram, por exemplo, R$ 250 bilhões sem explicar de onde sairia o dinheiro e baseado apenas no banco público.
Entre os erros anteriores do PT na área econômica está o de considerar que os bancos públicos eram uma extensão do orçamento. E é por isso que assusta a frase do presidente Lula de que “dinheiro não é problema” – se referindo aos programas de governo.
Outro erro foi o de subsidiar as empresas brasileiras sem definir um propósito. Parte do dinheiro, exatamente R$ 21 bilhões, serão “créditos não reembolsáveis”, ou seja, dinheiro dado, que não precisa ser pago.
Se, por acaso, o BNDES está falando dos recursos do Fundo Amazônia, que vêm de doações de governos estrangeiros, os projetos têm que estar bem afinados com o ministério do Meio Ambiente.
Para isso, o projeto deveria ser anunciado com o aval da ministra Marina Silva, porque apesar de o BNDES ser o gestor do Fundo, ele é exclusivamente para ações que garantam a proteção da floresta.
A ausência de Haddad na cerimônia de lançamento do programa ou a falta de clareza sobre o “sinal verde” de Marina são um mau sinal. Haddad cuida do cofre, Marina da floresta. E hoje todo o desenvolvimento terá que ser realmente sustentável.
PS – O grande problema – e o leitor de VEJA sabe – é que não existe, em nenhum lugar do mundo, um país com restrição fiscal e sem limite de gastos.
Subsídio, com juros abaixo do mercado, é também gasto público. Quando errou, o PT achava que a gastança com o dinheiro público não era problema. Foi assim que fizeram as pedaladas fiscais. Foi assim que fizeram o endividamento aumentar.