Por ironia, governo Trump elogia urnas brasileiras em decreto americano
Documento que prevê mudanças no sistema eleitoral dos EUA cita sistema como ‘bom exemplo’ de segurança nas eleições

Durante o julgamento da trama golpista, que acontece nesta quarta-feira, 26, na primeira turma do STF, a ministra Cármen Lúcia lembrou que os Estados Unidos reconheceram as urnas eletrônicas brasileiras como um ‘bom exemplo’ de segurança para as eleições. O destaque foi feito durante o voto do relator do processo que pode tornar o ex-presidente Bolsonaro em réu, ministro Alexandre de Moraes.
O Brasil foi citado no decreto assinado por Donald Trump, nesta terça-feira, 25, que prevê mudanças no sistema eleitoral americano. O texto diz: ‘A Índia e o Brasil, por exemplo, estão vinculando a identificação do eleitor a um banco de dados biométrico, enquanto os Estados Unidos dependem amplamente da autodeclaração de cidadania’.
A ministra lembrou o fato no momento em que o ministro Moraes defendia o recebimento da denúncia contra o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem no Supremo que, segundo ele, utilizou a Agência de forma ilegal para monitorar as urnas e fazer ataques ao sistema eleitoral brasileiro durante as eleições de 2022.
Por ironia ou não, aquele que pode ter sido a inspiração para o 8 de janeiro, agora elogia um dos pilares dos ataques feitos por bolsonaristas para fragilizar o resultado que deu vitória ao presidente Lula.