Pacheco promete agilizar CPI da Braskem após risco de desastre em Maceió
O autor da comissão, Renan Calheiros, pediu apoio do presidente do Senado
A CPI de autoria do senador Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, para investigar a atuação da petroquímica Braskem na exploração de sal-gema, no bairro do Mutange, em Maceió, deve ganhar força agora, com a iminência de um desastre em razão do colapso de uma das minas da empresa.
Segundo aliado ouvido pela coluna, Renan conversou com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, neste fim de semana e, diante da gravidade da situação na capital alagoana, ele teria se comprometido a agilizar o andamento da comissão.
O senador deve se encontrar com líderes dos partidos nesta segunda-feira, 4, para que indiquem os integrantes que vão participar da CPI. Lembrando que só o MDB, de Calheiros, escolheu os líderes até agora. Só depois disso será possível dar início aos trabalhos da comissão, que pretende investigar o papel da empresa.
Cerca de 60 mil pessoas já tiveram de deixar suas casas desde 2018, quando os tremores de terra começaram a atingir a região. Na época, foi constatado que uma das 35 minas da empresa desmoronou e outras tinham deformidades. Caso haja o colapso da mina 18, cinco bairros podem afundar. A estrutura que estava cedendo mais de 50 centímetros por dia agora diminuiu para 7. No total, o aprofundamento do solo já é de 1,70 metro. Com isso, a perspectiva melhorou, de acordo com o Ministério de Minas e Energia.
“A expectativa dos especialistas do SGB/CPRM, neste momento, é que, se houver desmoronamento, ocorrerá de forma localizada e não generalizada”, divulgou a pasta.
No fim de semana, o risco de desastre mobilizou políticos rivais do estado de Alagoas. O presidente da Câmara, Arthur Lira, esteve com o prefeito João Henrique Caldas, do PL, seu aliado, para discutir soluções e pedir ajuda do governo federal. Renan Calheiros também cobrou ações e ressaltou a importância do andamento da CPI da Braskem.
Vale lembrar que, em julho deste ano, a petroquímica fechou um acordo com a prefeitura de Maceió para ressarcir o município em R$ 1,7 bilhão, em razão do afundamento do solo, para a realização de obras de contenção e assistência aos moradores atingidos. De lá pra cá, a situação, no entanto, só piorou.
Pode parecer jargão, mas é a típica tragédia anunciada.