Os próximos passos após o indiciamento de Bolsonaro por trama golpista
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Após o indiciamento do ex-presidente Bolsonaro e mais 36 pessoas pela Polícia Federal, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes deve enviar na próxima semana o relatório final do inquérito com mais de 800 páginas sobre o plano de golpe de estado para a Procuradoria Geral da República. Caberá ao PGR Paulo Gonet apresentar ou não a denúncia contra os indiciados ao STF. Se o ministros aceitarem a denúncia, os investigados viram réus. Há a expectativa de que o julgamento do caso possa ser concluído no ano que vem.
Nesta semana, a Polícia Federal deflagrou uma operação que prendeu 4 militares do Exército e um agente da PF suspeitos de planejarem um golpe que previa os assassinatos do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes. Em entrevista a VEJA, o ex-presidente Bolsonaro negou qualquer participação no esquema. Segundo o capitão, ele jamais compactuaria com qualquer plano para dar um golpe.
Aliados de Bolsonaro saíram em sua defesa após o indiciamento e atacaram Moraes pelo fato dele ser juiz e vítima no processo. O principal argumento é de que o ex-presidente sofre perseguição política. Para o advogado criminalista e professor de direito penal da Fundação Getulio Vargas, Celso Vilardi, essa tese não se sustenta pois já há provas suficientes para dizer que “é indiscutível a existência de uma organização criminosa”. O professor ressaltou, no entanto, que seria prudente a PF divulgar o relatório com todas as provas que basearam o indiciamento, tendo em vista a “magnitude” do caso. Acompanhe o Giro VEJA.