O papa ‘foi escolhido para fazer uma reforma’, diz assessor do Vaticano
Em entrevista ao programa Ponto de Vista, de VEJA, o jornalista Silvonei José Protz destacou o papel do pontífice para a igreja católica
‘Ele mesmo [papa] pediu: – eu quero descer de Papamóvel, quero passar por entre fiéis e peregrinos que lotavam a praça São Pedro. E ele foi, um último abraço, não poderíamos jamais imaginar ontem que seria o último momento, abraço ideal do papa Francisco aos fiéis e peregrinos de todas as partes do mundo’, lembrou o assessor do Vaticano Silvonei José Protz em entrevista ao programa Ponto de Vista, de VEJA.
Aos 88 anos, o pontífice morreu nesta segunda-feira, 21, em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e insuficiência cardíaca. Francisco chegou a ser internado por uma grave pneumonia e ficou 38 dias no hospital, mas tinha retornado à Casa Santa Marta, no Vaticano, há 20 dias. Neste domingo, chegou a desejar ‘feliz Páscoa’ na varanda da Basílica de São Pedro.
Silvonei disse que a morte do papa pegou a todos de surpresa, apesar de sua saúde delicada. Protz acredita que Francisco deixou agora um ‘legado pesado pra todos nós e pro sucessor dele também’.
Há 12 anos, o papa argentino, o primeiro sul americano a assumir o cargo mais alto da igreja católica, mexeu em questões importantes da instituição como combate aos escândalos de abusos sexuais, corrupção, indicou mulheres para cargos antes só ocupados por homens, além de permitir a benção de padres a casais homossexuais em igrejas e até admitiu a necessidade de separação, em casos necessários.
Francisco, segundo o assessor do Vaticano, tinha uma missão: ‘foi escolhido para fazer uma reforma, e não era para pintar de branco, deixar como era antes, era um reforma profunda. Isso pode ter agradado alguns e não a todos. Mas essa reforma é como abrir as janelas de um quarto fechado há muito tempo, cheio de pó e o vento que vem ajuda a trazer ar.’