Haddad não deve ceder a pressão de Lira
Programa de Retomada do Setor de Eventos é alvo de disputa com o presidente da Câmara que defende a proposta, investigada pela Receita Federal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não deve ceder às pressões do presidente da Câmara, Arthur Lira, para continuar com o Perse, Programa de Retomada do Setor de Eventos, criado em maio de 2021 para socorrer as empresas afetadas pela pandemia da Covid-19.
Haddad argumenta que o governo federal não pode arcar com um programa dessa natureza por R$ 17 bilhões por ano. Além disso, outro fator também chama a atenção da pasta: suposta lavagem de dinheiro que está sendo investigada pela Receita Federal. A previsão inicial era de que o programa custasse R$ 4,4 bilhões.
Na segunda-feira, 5, o presidente da Câmara mandou um duro recado ao Palácio do Planalto e cobrou o cumprimento de acordos. Lira também afirmou que não se limitará a “carimbar” as matérias do governo.
A MP da reoneração, que abrange o fim do Perse, e acaba com o benefício fiscal a 17 setores foi editada logo após o Congresso aprovar a manutenção da desoneração na folha de pagamentos. A medida foi vista como afronta por parlamentares.
Em reunião com líderes do Senado, Haddad, no entanto, disse que pretende retirar a reoneração a esses setores, mas manteria no texto o fim do programa para dar benefícios fiscais ao setor de eventos.
O impasse vai dar lugar à folia de Carnaval, por enquanto.