Custo político faz taxação das “blusinhas” perder apoio na Câmara
Relator da proposta reconhece peso em ano eleitoral, mas diz que vai manter a questão dentro do PL do Mover
A votação do projeto que prevê a taxação de compras de até US$ 50 em sites internacionais virou debate nesta semana na Câmara e teve que ser adiada por falta de consenso. Questionado sobre o tema, o presidente Lula respondeu que a tendência, caso a proposta fosse aprovada, seria vetar, mas que estava aberto a negociação com o presidente Arthur Lira. Pois bem, o parlamentar ligou nesta quinta-feira, 23, para o petista, e os dois ficaram de acertar um acordo.
O problema é: qual acordo? Difícil melhorar algo impopular, ainda mais em ano de eleição. O relator Átila Lira admite à coluna que o projeto perdeu apoio, mas que uma possibilidade que está sendo discutida é a redução do imposto. No entanto, algo que ainda fique parecido com o que é cobrado hoje para a indústria nacional. Para ele, é necessário equilíbrio fiscal para que haja concorrência justa com sites como AliExpress, Shein e Shopee.
Outra solução seria votar essa proposta, que está dentro do PL do Mover, que dá incentivos fiscais à indústria automobilística, em um projeto separado mais pra frente. A questão é que isso não dá garantia de que vá de fato ser votado, defende o deputado.
Por isso, o parlamentar já adiantou que não vai tirar a taxação das blusinhas do projeto: “Qualquer coisa, derruba no voto”. O acordo (ou não) deve sair até a semana que vem. Mas já tem muito parlamentar pulando fora.