A avaliação de governistas sobre a decisão dos EUA de restringir visto
À coluna, diplomatas do Itamaraty disseram que a medida contra autoridades é mais amena do que o previsto

Apesar da comemoração de bolsonaristas com a decisão dos EUA de barrar o visto de autoridades que supostamente censuram cidadãos americanos, integrantes do Itamaraty avaliaram que a medida é mais branda do que se imaginava. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, havia dito na semana passada que poderia aplicar sanções contra o ministro do STF Alexandre de Moraes com base na lei Magnitsky, utilizada em casos de violação de direitos humanos, com caráter extraterritorial.
No entanto, a determinação anunciada nesta tarde tem um escopo menor. Segundo um diplomata, a política de visto é uma questão de soberania nacional, diferentemente da utilização de uma lei específica para punir um magistrado de outro país. ‘Por hoje, prometeram um dilúvio e veio uma garoinha. Mas isso é hoje, amanhã é outro dia’, disse à coluna um integrante do Ministério das Relações Exteriores.
A diplomacia brasileira vem conversando com os americanos para que a situação seja apaziguada. Uma eventual punição a Moraes nos EUA poderia representar uma forma de interferência internacional no judiciário brasileiro, o que não seria tolerado pelo Palácio do Planalto.