Zambelli diz estar nos EUA e que irá ‘rodar’ a Itália contra o STF
Parlamentar está com passaporte brasileiro suspenso por ordem do Supremo, mas utiliza o documento italiano para se deslocar

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou nesta terça-feira, 3, ter deixado o Brasil rumo aos EUA para tratamento médico. Posteriormente, ela afirmou que seguirá para a Itália para chamar atenção do embate entre parlamentares e o Supremo Tribunal Federal brasileiro. “Viajo com passaporte italiano, nunca escondi isso”, disse durante entrevista ao canal do youtuber bolsonarista Paulo Figueiredo. Ela afirma que permanecerá fora com dinheiro de doação de aliados. “Não só ficar na Itália. Quero rodar pela Itália, porque já fui para Portugal, Espanha e França (…). Quero continuar a fazer denúncias, só que agora da Europa”, afirmou a parlamentar.
Em maio, o Supremo condenou Zambelli a dez anos de prisão por conta da empreitada contra o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), para a qual contratou o hacker Walter Delgatti — que pegou uma pena um pouco menor, de oito anos e três meses. Além do cárcere, a deputada também perderia o seu mandato, segundo a decisão do Supremo. A votação da Corte foi unânime para condená-la.
Com passaporte italiano, não há necessidade de visto para entrar nos EUA e nem passar por processos burocráticos nos países da União Europeia, o que inclui a Itália. “Pior coisa que pode acontecer com uma pessoa é ser injustiçada, calada e presa. Vim para cá fazer tratamento médico, uma síndrome bem complicada (…). Eu estou feliz porque estou voltando a ver a Carla que não se calava”, afirmou.
Zambelli disse que sua situação como “exilada” é diferente da do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Isso porque, no caso dela, já há condenação imposta pela Suprema Corte brasileira. No caso de Bolsonaro, há apenas um inquérito aberto. Zambelli disse esperar que a situação de Bolsonaro seja resolvida para que ele possa retornar ao Brasil. O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro está nos EUA. “Espero que antes disso (eventual condenação de Eduardo Bolsonaro), a gente possa alguma coisa para que a injustiça não aconteça mais”, afirmou Zambelli.