Velório de Bruno tem homenagem de indígenas e cobranças por justiça
Indigenista será cremado nesta tarde em Paulista, cidade da Grande Recife

O velório do indigenista Bruno Araújo Pereira, assassinado junto com o jornalista inglês Dom Philips durante uma expedição ao Vale do Javari, na Amazônia, está acontecendo nesta sexta-feira, 24, na cidade de Paulista, região metropolitana de Recife. A cerimônia é aberta ao público e acontece no Cemitério Morada da Paz.
O caixão foi exposto por volta das 9h30 (horário de Brasília) e coberto pelas bandeiras de Pernambuco, do Sport Recife, time de futebol do qual era torcedor, e uma camisa da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). Bruno tinha 41 anos e era recifense, apesar de ter saído do estado para trabalhar na Amazônia nos anos 2000.
Seu corpo estava em Brasília por causa da necessidade de perícia, mas chegou ao Recife na noite desta quinta-feira, 23, num jato da Polícia Federal. No mesmo voo estava o corpo de Dom, que foi entregue aos familiares no Rio de Janeiro, onde deve ser velado no próximo domingo, 26.
Durante a cerimônia, um grupo de indígenas do povo Xucuru prestou suas homenagens com canções e danças de tributo e despedida, no chamado culto de encantamento. Segundo a cultura indígena, pessoas com alto grau de sabedoria encantam no momento da sua morte, se transformando numa energia que faz parte da natureza.
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Faixas e camisas pedindo justiça por Dom e Bruno também foram estendidas por indígenas e outros presentes na cerimônia.
Familiares contaram que Bruno foi criado como católico, mas que o velório será aberto a qualquer manifestação religiosa. A cremação deve ser realizada às 15h.