TJ-PE desiste de ter ‘Calçada da Fama’ como ‘a gente só via em Hollywood’
Após repercussão negativa, Ricardo Barreto, presidente do tribunal, recua de projeto de imortalizar as mãos de antecessores em frente ao prédio da Corte
O presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco, desembargador Ricardo Paes Barreto, afirmou nesta quarta-feira, 24, que desistiu da ideia de criar uma espécie de “Calçada da Fama” da Corte. Em entrevista a um programa de TV local, Barreto disse nesta semana que pretendia imortalizar os moldes das mãos dos ex-presidentes do TJ-PE, com as respectivas assinaturas, na calçada em frente à sede do tribunal, no centro do Recife, numa referência à homenagem que existe em Los Angeles com figuras proeminentes do cinema americano.
“Está em implantação a Calçada da Fama do Poder Judiciário, que a gente só via em Hollywood, Maracanã. Nós vamos fazer”, disse Barreto na entrevista, veiculada no sábado passado, 20. “Ao invés de ser os pés, vamos fazer as mãos de todos os presidentes que estão vivos, hoje são 17. E, na medida que os presidentes forem saindo, eles vão fazer o molde da mão com a assinatura, nome e ano. Será na frente do tribunal” afirmou.
Segundo o magistrado, que tomou posse em fevereiro para comandar o Tribunal de Justiça pernambucano por dois anos, a obra seria “uma atração muito bonita para turistas, juristas e todos que visitam nossa cidade”.
Recuo após repercussão
Questionado por VEJA, o magistrado enviou nota por meio de sua assessoria na qual afirmou que, diante da repercussão, achou melhor esclarecer que expôs na entrevista uma sugestão que recebeu no início da gestão e que achou “interessante”.
Barreto, no entanto, contradisse o que afirmou na entrevista. Embora o programa tenha sido veiculado no sábado passado, o desembargador afirmou que “há muito” a ideia foi afastada “pois nós já temos nossa galeria de ex-presidentes”. “Agir com transparência e boa fé fazem sempre parte de minha atuação como pessoa e gestor”, concluiu o presidente do TJ-PE.
O relatório Justiça em Números divulgado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2023 apontou o Tribunal de Justiça de Pernambuco como o segundo pior do país em índice de produtividade, ficando atrás apenas da corte estadual do Acre.