‘Temos uma excelente polícia’, diz Tarcísio na avaliação de seu governo
Governador disse que 'não passará pano' para atos de violência e defendeu que corrupção policial seja 'severamente punida'

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), defendeu nesta quarta-feira, 18, a atuação das polícias do estado. “Temos uma excelente polícia”, disse, durante uma coletiva durante o balanço anual da sua gestão, realizado no Palácio do Bandeirantes, após ser questionado sobre os recentes casos de violência policial, envolvendo especialmente a Polícia Militar, que repercutiram nacionalmente.
Em seguida, o governador disse que desvios de conduta serão “severamente punidos” e que eles “afastam o policial do cidadão”. “Vamos continuar investindo em treinamento. O que afasta o policial do cidadão é o desvio de conduta. Todo desvio será severamente punido. A corrupção é intolerável, vamos punir severamente. Não vamos encobrir nada, não vamos passar pano para nada”, disse Tarcísio. Ele também argumentou que as punições a policiais aumentaram. “Números da Corregedoria mostram que nunca se puniu tanto quanto agora”, afirmou.
Crise na segurança
O governo Tarcísio vive uma crise na segurança pública devido a casos de violência policial que tiveram grande repercussão, como o do homem que foi jogado de um viaduto durante uma abordagem na Zona Sul da capital paulista. Nesta quarta, ele também nomeou o novo ouvidor das polícias, escolhendo, na lista tríplice, o advogado Marco Caseri, que é filiado ao PT e atual chefe de gabinete da gestão de Cláudio Aparecido da Silva (que também compôs a lista, mas não foi escolhido).
Silva disse nesta quarta que a fala de Tarcísio sobre as polícias durante a manhã mostra que ele “não está verdadeiramente arrependido” da sua política de segurança pública. Depois da escalada da crise, o governador disse que mudou de ideia sobre as câmeras corporais nas fardas dos PMs, passando a defender o artefato. O atual ouvidor, que deixa o cargo nesta quarta, disse que “recebeu visita de P2 (agentes de inteligência)” em sua casa há cerca de quatro meses e criticou o mea-culpa de Tarcísio. “O gesto dele de se dizer arrependido e de estar recalculando a rota não merece crédito.”
Privatizações
Nesta quarta, o governador apresentou um balanço do seu segundo ano de gestão, dando bastante enfoque às privatizações — além da Sabesp, que foi uma das suas maiores promessas de campanha, também houve a PPP das Escolas, que colocou nas mãos da iniciativa privada toda a gestão não acadêmica de algumas instituições públicas de ensino que serão construídas. O balanço contou com a presença de deputados e vereadores de direita, além de boa parte do secretariado. “Nos tornamos o Estado menos burocrático do Brasil”, disse o governador.