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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Tarcísio, Caiado, Nunes: a peregrinação de políticos à Marcha para Jesus

Evento que reúne milhares de fiéis evangélicos também recebeu uma carta do presidente Lula, representado pelo advogado-geral da União, Jorge Messias

Por Valmar Hupsel Filho Atualizado em 30 Maio 2024, 16h35 - Publicado em 30 Maio 2024, 16h21

Evento religioso que faz parte do calendário oficial desde setembro de 2009, a Marcha para Jesus reúne anualmente milhares de fiéis de diversas igrejas cristãs na cidade de São Paulo. E a possibilidade de explorar o capital político de sua capacidade de mobilização junto ao segmento do eleitorado que mais cresce no país também já entrou no calendário político, principalmente em ano eleitoral.

Nesta 34ª edição, ao menos dois pré-candidatos a cargos no Executivo, além de prefeitos e deputados, marcaram presença. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi convidado, mas não compareceu. Pelo segundo ano consecutivo, Lula enviou o advogado-geral da União, Jorge Messias, que, por ser evangélico, tem sido um dos interlocutores da tentativa de aproximação do governo com o segmento religioso. O presidente também mandou uma carta para os participantes.

Messias não discursou. No ano passado, o AGU ouviu vaias quando citou o presidente Lula. “Vim aqui trazer uma mensagem de paz, de amor, de esperança, e trazer um abraço do presidente Lula para nossos irmãos cristãos”, afirmou Messias em entrevista aos organizadores da marcha. “Para mim é uma dupla honra participar como irmão em cristo e como ministro de estado deste evento”, disse, referindo-se ao tema do evento deste ano (“dupla honra”).

Na carta aos organizadores, Lula agradece o convite e lembra que foi no seu governo, em 2009, que foi sancionada a lei que criou o Dia Nacional da Marcha para Jesus. O presidente diz ainda que sua gestão tem compromisso profundo de construir um país mais justo e inclusivo. “E a Igreja desempenha um papel vital nesse compromisso, que se reflete na sua ação social e no suporte espiritual de seus fiéis. Por isso, acredito que, juntos, podemos fazer muito mais pelo bem-estar, a paz e a harmonia de nosso povo”.

Pela manhã, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que é candidato à reeleição, acompanhou a marcha. Ao anunciar sua presença, o apóstolo Estevam Hernandes, da Igreja Renascer em Cristo, organizador do evento, disse que Nunes é “um líder que reconhece a importância de Jesus Cristo para São Paulo e para o Brasil”, e pediu uma oração para o prefeito. Antes de passar o microfone a Nunes, citou uma passagem bíblica: “Quando o justo governa o povo se alegra”.

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Nunes fez um discurso rápido e sem referências políticas. “Eu amo Jesus Cristo”, acenou. Segundo o prefeito, a marcha é um importante evento, não só pelo cunho religioso, mas pelo retorno financeiro. Ele estima que o evento represente uma movimentação econômica de 40 milhões de reais.

À tarde, em um palco montado no destino final da marcha, a Praça Heróis da FEB, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também foi anunciado sob o trecho “quando o justo governa o povo se alegra”, e fez um breve discurso, recheado de referências bíblicas. “A Marcha para Jesus todo ano quebra recorde. Todo ano tem mais gente. E aí a gente pensa quem somos, quem são vocês, quem sou eu. Somos escolhidos”, disse. A jornalistas afirmou que a marcha é “é uma oportunidade bacana de elevar nossos pensamentos a Deus e agradecer todas as bênçãos que Deus tem nos dado”.

O  governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), também marcou presença. Caiado, que já declarou publicamente que pretende concorrer à Presidência da República em 2026, foi anunciado pelos organizadores como “o melhor governador do Brasil”. Ao discursar, misturou religião com política. “Estamos aqui para dizer em alto e bom som queremos preservar a família neste país e a maneira de se preservar é exatamente fazer com que tenhamos a condição de plantar a segurança pública cada vez maior para não deixar com que a droga avance junto às famílias, e para que possamos trazer condição de vida para todos os presentes”, disse. “Imaginem bem toda essa energia aqui, de milhares de pessoas, dizendo ao Brasil: vamos lá, minha gente, vamos resgatar o país”, completou.

Além de Messias, Nunes e Caiado, estiveram presentes ao evento os deputados federais Cesinha de Madureira (PSD-SP), um dos líderes da Frente Parlamentar Evangélica na Câmara, e Rosana Valle (PL-SP), que é pré-candidata a prefeita de Santos; os deputados estaduais Jorge Wilson (Republicanos), que disputará a prefeitura de Guarulhos, segunda maior cidade do estado. O evento também atraiu vereadores da capital paulista e prefeitos do interior de São Paulo.

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