Solto pelo STF, traficante André do Rap completa três anos foragido
Membro do PCC deixou a cadeia por decisão do então ministro Marco Aurélio Mello
Apontado como um dos principais traficantes do país, com grande atuação na importação e exportação de cocaína via Porto de Santos (SP), André Oliveira Macedo, o André do Rap, de 46 anos, tem uma data para comemorar: 10 de outubro de 2020. Nesse dia, por determinação do então ministro do Supremo Marco Aurélio Mello, ele deixou a porta da frente da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP). Quando o também ministro Luiz Fux revogou a decisão de Mello, já era tarde.
Assim que deixou o cárcere, André do Rap se dirigiu ao Paraná, apesar de em seu alvará de soltura constar como endereço fixo uma rua no Guarujá, no litoral paulista, região em que nasceu e cresceu no mundo do crime. Desde então, a polícia de São Paulo tenta localizar o criminoso, sem sucesso, tanto no país quanto no exterior.
Enquanto desfruta da vida em liberdade, o traficante, condenado a quinze anos de prisão, alvo de diversos processos criminais e apontado como membro da facção criminosa PCC, foi agraciado com outra decisão judicial polêmica. Em abril deste ano, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou a devolução de diversos bens que foram apreendidos quando de sua prisão, em setembro de 2019, em Angra dos Reis (RJ). A alegação foi que os policiais paulistas que detiveram André, após longo trabalho de investigação, não tinham autorização para apreender os objetos.
Entre os itens estão um helicóptero, um iate, dois imóveis, além de quatro jet-skis e um veículo Porsche, entre outros. Os bens, avaliados em mais de 20 milhões de reais, estão em nome de terceiros, os quais os investigadores chamam de “laranjas”.
Os mais de 1.000 dias como foragido levaram André do Rap a figurar como principal criminoso na lista dos mais procurados do estado.