Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Maquiavel

Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho e Isabella Alonso Panho. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Sob suspeitas, governo suspende leilão de arroz e secretário pede demissão

Decisão foi anunciada nesta manhã em meio a suspeitas de favorecimento de empresas ligadas a secretário

Por Isabella Alonso Panho Atualizado em 11 jun 2024, 15h09 - Publicado em 11 jun 2024, 12h54

O presidente da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Edegar Pretto, anunciou nesta terça-feira, 11, que o órgão decidiu anular o leilão de arroz realizado na última quinta-feira, 6, para comprar arroz a preço tabelado e suprir uma eventual falta ou alta dos preços do produto em razão da tragédia climática pela qual passou o Rio Grande do Sul.

O certame estava sendo questionado pela oposição, principalmente pela capacidade técnica das empresas que venceram a disputa. Também há muitas suspeitas sobre a relação do secretário de Política Agrária, Neri Geller, com sócios das empresas que intermediaram o certame — na manhã desta terça, Geller pediu demissão. “Ele colocou o cargo à disposição, e eu aceitei”, disse o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

Segundo Pretto, o governo vai retomar os leilões após uma análise dos procedimentos. “Decidimos anular esse leilão e vamos revisitar os mecanismos que são estabelecidos para esses leilões. Com apoio da CGU e da AGU, pretendemos fazer um novo leilão, quem sabe em outros modelos, para que a gente possa ter as garantias de que vamos contratar empresas que tenham capacidade técnica e financeira”, disse Pretto, em entrevista no Palácio do Planalto.

Segundo ele, um dos problemas era a desconfiança sobre a capacidade de as empresas vencedoras entregarem o produto. No leilão, o governo arrematou 263.730 toneladas de quatro empresas, a um custo de 1,3 bilhão de reais. “Não tem como a gente depositar dinheiro público sem termos as reais garantias de que o leilão e esses contratos posteriores serão honrados”, completou Pretto.

Continua após a publicidade

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da decisão anunciada nesta terça. Ainda não há previsão de quando o novo certame vai ser realizado.

Defesa

Logo após anunciar a demissão de Geller, Fávaro defendeu o ex-secretário. “Quando o filho dele (Marcelo Geller) estabeleceu sociedade com a corretora, ele não era secretário de Política Agrícola. Portanto, não havia conflito ali. Não há nenhum fato que o desabone ou gere algum tipo de suspeita”, disse o ministro, que admitiu, em seguida, que o vínculo do ex-deputado gerou “transtorno”.

Uma das ganhadoras do certame anulado é esta empresa, 'Quejo Minas', com apenas esta unidade em Macapá
Uma das ganhadoras do certame anulado é esta empresa, Queijo Minas, com apenas esta unidade, em Macapá (Google Maps/outubro de 2022/Reprodução)

Robson Luiz Almeida de França, sócio-proprietário da Foco Corretora de Grãos, intermediadora de três das quatro empresas que venceram o certame anulado, foi assessor parlamentar de Geller e sócio do filho dele em uma outra empresa. Entre as arrematantes da quinta passada, estão uma empresa de trading de Santa Catarina, uma de locação de veículos em Mato Grosso e uma de comércio de polpas de frutas de São Paulo. Há ainda uma quarta empresa, representada por outra corretora, que funciona como uma padaria no Amapá.

Baixe o aplicativo de VEJA para Android e iOS gratuitamente nos links abaixo e fique por dentro das principais notícias do dia:

Aplicativo VEJA para Android

Continua após a publicidade

Aplicativo VEJA para iOS

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.