Senado chama Camilo Santana para falar sobre ‘dança erótica’ na UFMA
Comissão de Educação aprovou nesta terça requerimento para audiência como forma de averiguar 'desrespeito a valores familiares' em dança feita por travesti
O ministro da Educação Camilo Santana será convidado nos próximos dias a depor na Comissão de Educação e Cultura do Senado Federal para dar esclarecimentos ao colegiado sobre a “dança erótica” performada pela historiadora e travesti Tertuliana Lustosa durante um evento acadêmico na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). O convite foi aprovado nesta terça-feira, 29, pelo colegiado. O requerimento para ouvir o ministro partiu do senador Dr. Hiran (PP-RN). Além da oitiva do ministro para “prestar esclarecimentos”, também foi aprovada a convocação do reitor da UFMA.
O episódio aconteceu no dia 17 de outubro, durante o seminário “Dissidências de gênero e sexualidades”, organizado pelo Grupo de Pesquisa Epistemologia da Antropologia, Etnologia e Política da UFMA. Lustosa, uma das convidadas da mesa redonda, cantou e dançou uma música chamada “educando com o **”. De acordo com o requerimento feito pelo senador, a performance feita por ela enquanto entoava a canção “incluiu a exposição de partes íntimas” e pode ter “violado normas constitucionais e educacionais, bem como desrespeitado valores sociais e familiares”.
A própria historiadora chegou a compartilhar o vídeo da dança nas suas redes sociais. O registro viralizou em todo o país e provocou, principalmente, a indignação de conservadores. O requerimento aprovado nesta terça pela Comissão de Educação do Senado — inclusive com o aval de parlamentares petistas, como a senadora Teresa Leitão (PT-PE) — argumenta que o depoimento de Camilo Santana e do reitor da UFMA são medidas que visam “assegurar o cumprimento das normas constitucionais e legais que regem a educação no Brasil, protegendo a moralidade e os valores éticos que devem guiar as instituições públicas de ensino”.
Após a grande repercussão do episódio, a UFMA disse que ia abrir uma sindicância interna para apurar a responsabilidade pelo evento e pediu ao Ministério Público Federal a abertura de inquérito para investigar eventuais crimes cometidos no caso.