Sem comentar ação da PF, Bolsonaro posta vídeo com ameaça de morte a ele
Operação que prendeu cinco suspeitos de planejarem assassinato de Lula, Alckmin e Moraes pode respingar em investigações que envolvem o ex-presidente
O ex-presidente Jair Bolsonaro publicou nas suas redes sociais nesta quarta-feira, 20, um vídeo com uma suposta ameaça de morte a ele, na qual um homem diz que ele e os filhos “têm que ser assassinados”. Até o momento, ele não comentou de forma específica a operação da Polícia Federal que prendeu quatro militares e um policial por suspeita de planejarem o assassinato de Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes. A decisão que autorizou as prisões menciona Bolsonaro em diversos momentos e pode acelerar o inquérito a que ele responde por arquitetar um suposto golpe de Estado após a derrota nas urnas em 2022.
“Vocês não são amigos da Venezuela? Pede armamento para a Venezuela. Vamos começar a guerra. Não tem mais condição de aceitar um b**** como o Bolsonaro no poder. Esse cara tem que ser assassinado, ele e a família, menos a filha, que não é política. Os três filhos b**** e o próprio pai. Você tem que morrer, Bolsonaro, você é um câncer para a sociedade. Você é um lixo, você é um opressor de m****”, diz o homem que aparece no vídeo compartilhado pelo ex-presidente. Seguidores comentam “será que a Polícia Federal vai investigar isso?”, “eles armam e culpam a direita”.
Até o momento, Bolsonaro não comentou de forma explícita a operação. Apenas seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), disse na terça-feira, 19, que a decisão de Alexandre de Moraes não tinha provas e que “pensar em matar alguém não é crime”. Embora a legislação brasileira não puna atos preparatórios, especialista ouvido por VEJA explica que, no caso da operação, o plano de assassinato pode ser punido, mesmo sem ter saído do papel, por ser uma “ponte” para se chegar ao objetivo final, que é o suposto golpe de Estado. Há uma expectativa de que a investigação desse caso seja concluída pela Polícia Federal até esta quinta-feira, 21.