Rio: Justiça inicia júri popular de acusados de matar congolês a pauladas
Imigrante foi morto após agressões em uma barraca de praia localizada na Barra da Tijuca, na capital fluminense, em 2022

A Justiça do Rio de Janeiro inicia nesta quinta-feira, 13, o juri popular dos dois homens acusados de agressão e assassinato do imigrante congolês Möise Kabagambe, de 24 anos, morto a pauladas em uma barraca de praia localizada na Barra da Tijuca, na capital fluminense. Imagens de uma câmera de segurança mostram que a vítima foi atingida por ao menos 30 pauladas, mesmo após estar no chão, imobilizado. O crime ocorreu em 2022.
Os barraqueiros Fábio Pirineus da Silva e Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca vão responder por homicídio doloso triplamente qualificado (motivo fútil, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima). Eles estão presos preventivamente desde fevereiro de 2022.
Em depoimento à polícia, eles confirmaram as agressões mas disseram que não tinham intenção de matar o imigrante. Segundo eles, Möise tinha comportamento agressivo e já tinha se envolvido em confusão com outros clientes da barraca de praia. Pouco depois do crime, a família de Möise afirmou que ele foi ao quiosque cobrar uma dívida de trabalho no valor de 200 reais
Um terceiro homem, Brendon Alexander Luz da Silva, também foi denunciado pelo mesmo crime, mas teve seu nome desmembrado do processo após apresentar um recurso. O julgamento dele ainda não tem data marcada.
Na denúncia, apresentada em fevereiro de 2022, o Ministério Público do Rio afirma que os homens espancaram a vítima como um “animal peçonhento” usando taco de beisebol, socos, chutes e tapas. As agressões, na visão do MP, foram por motivo fútil, decorrente de uma mera discussão, sem possibilidade de defesa da vítima.
Durante o processo, a defesa de Aleson Fonseca justificou que as agressões ao imigrante congolês ocorreram em defesa de um idoso que na ocasião estava sendo atacado por Möise na barraca de praia. O mesmo argumento foi usado pela defesa de Fábio Pirineus, que ressaltou ainda que o crime não teve motivações xenofóbicas ou racistas.