Ricardo Salles vira réu acusado de favorecer contrabando de madeira
Justiça aceitou denúncia contra ex-ministro do Meio Ambiente por suspeita de liderar organização criminosa
O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente do governo de Jair Bolsonaro, virou réu em uma ação que investiga um esquema de exportação ilegal de madeira. A Justiça Federal do Pará aceitou a denúncia contra o parlamentar por supostamente liderar uma organização criminosa responsável pelo contrabando.
A decisão também atinge o ex-presidente do Ibama Eduardo Bim e outros servidores do órgão ambiental. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, os investigados emitiram certidões e ofícios em desacordo com as orientações técnicas da equipe da instituição para liberar madeira apreendida nos Estados Unidos.
Segundo o MPF, Salles “proporcionou condições favoráveis para a representação de interesses privados em detrimento do interesse público”, nomeou servidores sem capacidade técnica para cargos de fiscalização no Ibama e transferiu outros que atuavam em cargos estratégicos. “A mais alta cúpula do Ministério do Meio Ambiente e a alta direção do Ibama manipularam pareceres normativos e editaram documentos para, em prejuízo do interesse público primário, beneficiar um conjunto de empresas madeireiras e empresas de exportação que tiveram cargas de madeira apreendidas nos Estados Unidos”, diz a denúncia do órgão.
O ex-ministro também teria se encontrado com representantes de empresas envolvidas no suposto esquema de exportação ilegal. Ele teria mentido em um depoimento sobre a reunião. De acordo com a investigação, após o encontro, houve parecer técnico “legalizando, inclusive com efeito retroativo, milhares de cargas expedidas ilegalmente entre os anos de 2019 e 2020”.
O deputado se manifestou sobre a decisão da Justiça nas redes sociais. “Procuradores apresentaram denúncia das madeiras contra mim e os coronéis da PM que trabalhavam comigo (alguma supresa!?!), contrariando, inclusive, conclusões do próprio delegado do caso. Veremos. Tenho certeza que a seriedade e imparcialidade do Judiciário demonstrarão a falácia ali contida. Avante”, escreveu.
O ex-superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Saraiva, responsável por uma série de denúncias contra Salles, disse que essa é só a primeira ação a qual o ex-ministro vai responder. “Ainda falta a Operação Handroantus, que é aquela da maior apreensão de madeira da história, 225 metros cúbicos de madeira, que ele está envolvido junto com (a deputada) Carla Zambelli, (o senador) Zequinha Marinho, (o ex-senador) Telmário Mota. Vamos aguardar, foi dado um grande passo, o que eu venho denunciando se mostrou verdadeiro”, afirmou.
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