Quem vai mandar na gestão petista da EBC
Mudanças foram anunciadas pelo novo ministro da Secom, Paulo Pimenta

Criada no segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2007, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), estatal que presta serviços de radiodifusão pública e gere as emissoras de rádio e televisão públicas federais, teve a sua equipe reformulada com a volta do petista ao poder.
A transição foi anunciada ainda em janeiro pelo ministro da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência), Paulo Pimenta. O novo presidente da EBC é o jornalista Hélio Doyle, professor aposentado da Universidade de Brasília. Doyle estava na equipe de transição e também foi secretário de governo, de articulação institucional e da Casa Civil em três governos do DF.
Pimenta também anunciou que o historiador Jean Lima será o novo diretor-geral da EBC. Lima ocupava o cargo de presidente do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) desde 2019, e também teve cargos no governo do DF entre 2011 e 2014. Ele ainda trabalhou como assessor especial na Subchefia de Assuntos Parlamentares da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República em 2015.
A nova diretora de jornalismo da empresa é Flávia Filipini, formada em jornalismo pela UnB e assessora da campanha petista em 2018. Ela também teve cargos na área de comunicação do governo entre 2007 e 2011.
Já a diretoria de conteúdo fica sob o comando da roteirista, produtora e cientista social Antônia Pellegrino, que já foi premiada pela Academia Brasileira de Letras. Ela foi co-autora de novelas e seriados, além de colaborar com o roteiro do documentário Democracia em Vertigem, indicado ao Oscar de 2020. É uma das maiores vozes ativas do feminismo a partir da influência nas redes sociais. Pellegrino também é casada com Marcelo Freixo, ex-deputado federal que hoje preside a Embratur.
Por fim, Nicole Briones é a nova superintendente de redes sociais. Natural de São Bernardo do Campo, Nicole trabalha como coordenadora das mídias sociais de Lula desde 2017.
Quando foi criada pelo governo petista, há dezesseis anos, a EBC tinha a pretensão de imitar a BBC, emissora pública centenária do Reino Unido, conhecida por sua qualidade e independência editorial. Com o passar dos anos, no entanto, a estatal brasileira não decolou e virou um dos principais alvos da oposição do PT, sendo apelidada de “TV do Lula'”. No governo de Jair Bolsonaro, apesar das promessas de privatização, a empresa pública acabou também criticada pelo excesso do aparelhamento político e tom personalista, o que também afetou sua credibilidade.