Quem são os influenciadores que ajudaram em plano de golpe, segundo a PF
Relatório que foi tornado público nesta terça, 26, cita perfis na internet que teriam disseminado informações sobre manifestações e trama golpista
O relatório da Polícia Federal (PF) que indiciou Jair Bolsonaro e 36 aliados pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e associação criminosa, diulgado nesta terça-feira, 26, dedica um capítulo inteiro aos influenciadores digitais que teriam ajudado a intentona golpista a galgar popularidade entre os apoiadores do ex-presidente. Nenhum deles foi indiciado no caso.
O primeiro mencionado pela PF é o empresário Paulo Generoso, detentor de uma conta no X (antigo Twitter) com 98 mil seguidores no fim de 2022 e hoje bloqueada por ordem judicial. Ele se apresentava como o criador da página de direita “República de Curitiba”. De acordo com prints que constam no relatório da PF, ele teria sido orientado pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, a fazer algumas postagens a favor do ex-presidente, inclusive com informações importantes sobre manifestações bolsonaristas.
Também constam no relatório da PF Bismark Fugazza, Antônio Pacheco e Paulo Souza, donos de um canal de humor bolsonarista chamado “Hipócritas” — que também foi retirado do ar. De acordo com a corporação, eles “tiveram posição de destaque nas manifestações que ocuparam a frente de organizações militares”. Há prints de publicações que eles fizeram tanto para convidar manifestantes para manifestações golpistas quanto para enaltecer esses episódios e seus protagonistas.
Após a prisão do Cacique Serere, no dia 12 de dezembro de 2022 em manifestação em Brasília, dois membros do “Hipócritas” foram flagrados entrando no Palácio do Alvorada com o blogueiro Oswaldo Eustáquio, hoje foragido da Justiça. Eles teriam falado diretamente com Bolsonaro e solicitado abrigo, com medo de serem presos.
O relatório de 884 páginas tornado público nesta terça implica diretamente Bolsonaro com a tentativa de golpe de Estado, afirmando que ele “planejou, dirigiu e executou” a trama golpista. Segundo os investigadores, o ex-presidente tinha “pleno conhecimento” do plano para matar Lula e a ida dele para os Estados Unidos no fim de 2022 foi a adaptação de um plano de fuga de 2021 encontrado no computador de Cid.