Quem foi o último político indicado para o STF antes de Flávio Dino
Última indicação para o Supremo de alguém que teve mandato eletivo ocorreu há dezesseis anos

Ex-governador do Maranhão e senador eleito pelo mesmo estado, o ministro da Justiça, Flávio Dino, não é o único a ter militado na política antes de ser indicado a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Antes dele, Nelson Jobim foi indicado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso em 1997, e permaneceu na Corte até 2006. Quando chegou ao STF, Jobim já havia exercido dois mandatos de deputado federal pelo Rio Grande do Sul, entre os anos de 1987 e 1995.
Em seu segundo mandato na Câmara, Jobim exerceu importantes funções, como a relatoria da Comissão Especial que analisou a denúncia contra o ex-presidente da República, Fernando Collor de Mello, por crime de responsabilidade, em 1992. Após a aposentadoria do Supremo, Jobim ainda foi ministro da Defesa do governo Luiz Inácio Lula da Silva, entre os anos de 2007 e 2011. Assim como Dino, Jobim era ministro da Justiça quando foi indicado ao Supremo.
Desde a redemocratização, além de Jobim, somente o ministro Maurício Corrêa passou por cargos políticos antes de chegar ao Supremo. Corrêa foi eleito senador da República pelo Distrito Federal em 1987 e participou da Assembleia Nacional Constituinte. No Congresso, foi vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou as denúncias feitas por Pedro Collor contra Paulo César Farias. Em 1990, candidatou-se ao governo do DF, mas foi derrotado por Joaquim Roriz. Assim como Dino e Jobim, Corrêa foi ministro da Justiça (entre os anos de 1992 a 1994) antes de ser nomeado ministro do Supremo após aposentadoria de Paulo Brossad.
Formado em Direito pela Universidade Federal do Maranhão, Flávio Dino foi juiz federal entre 1994 e 2006. No final daquele ano, deixou a magistratura para se candidatar ao cargo de deputado federal. Foi eleito e exerceu o mandato de 2007 a 2011. Em 2014, foi eleito governador do Maranhão e conseguiu se reeleger quatro anos depois. No ano passado, elegeu-se senador da República, mas, em dezembro, foi anunciado como ministro da Justiça.