Quem é o senador alvo de pressão bolsonarista por impeachment de Moraes
Vice-presidente da Casa, Eduardo Gomes (PL-TO) tem sido instado a 'tomar atitude' para pautar proposta na ausência de Alcolumbre

Enquanto o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), tenta negociar o fim da obstrução bolsonarista nos plenários do Senado e da Câmara, apoiadores do ex-presidente têm disparado em grupos de mensagens publicações que pedem a pressão pelo impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O afastamento de magistrados da Suprema Corte é um dos itens do “pacote da paz” anunciado nesta terça-feira, 5, pela oposição.
O alvo da empreitada é o vice-presidente do Senado, Eduardo Gomes (PL-TO). Nas mensagens, às quais VEJA teve acesso, os aliados de Jair Bolsonaro afirmam que o senador, apenas neste ano, “teve a caneta na mão” em dois períodos de ausência de Alcolumbre, mas que escolheu “não tomar nenhuma atitude”. “Basta o Alcolumbre viajar que o vice tem as prerrogativas do presidente e, pela lei, uma vez aberto o pedido não é possível voltar atrás”, diz o texto. Constitucionalmente, é prerrogativa do presidente do Senado dar ou não seguimento a um pedido de impeachment contra um ministro do Supremo.
No início da tarde, Gomes participou da coletiva da oposição que anunciou as prioridades do pacote — além do impeachment de Moraes, integram o conjunto de medidas o projeto de anistia e a PEC do fim do foro privilegiado a parlamentares –, mas não sinalizou se pretende, por contra própria, dar início ao processo de afastamento do magistrado na Casa.
Mais cedo, o vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), já havia anunciado que colocará em pauta o projeto de anistia aos presos do 8 de janeiro tão logo o titular da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), se ausente do cargo.
Atualmente, o Senado tem 29 pedidos de impeachment contra Moraes, sendo que o mais recente foi protocolado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) após a decisão do ministro que determinou medidas cautelares ao ex-presidente, em meados de julho. No site “Votos Senadores”, que mostra o placar em relação à proposta, há 38 senadores favoráveis, 24 indefinidos e 19 contra. Para o processo ser confirmado, são necessários 54 votos — dois terços do Plenário — para que a destituição seja confirmada.