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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Quem é o ‘Brasil’ no grupo de mensagens que planejou morte de Moraes

Rodrigo Bezerra de Azevedo, major do Exército, foi indiciado pela PF nesta terça como 'kid preto' participante do golpe

Por Bruno Caniato Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Ramiro Brites Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Isabella Alonso Panho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 11 dez 2024, 23h10 - Publicado em 11 dez 2024, 20h08

A Polícia Federal indiciou Rodrigo Bezerra de Azevedo, major de infantaria do Exército, como participante de um plano golpista para assassinar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). As acusações contra ele e outros dois militares foram apresentadas pela PF à Justiça nesta quarta-feira, 11.

Segundo as investigações, Azevedo era o perfil de codinome “Brasil” em um canal de mensagens com outros “kids pretos” — apelido dos militares da força de Operações Especiais do Exército — criado para vigiar, sequestrar e executar Moraes em dezembro de 2022. O major e outros cinco integrantes usavam nomes de países como pseudônimos no grupo “Copa 2022”, no app de conversas criptografadas Signal.

As conversas revelam que, na noite do dia 15 de dezembro de 2022, “Brasil” circulou pelos arredores de um restaurante no Parque da Cidade, em Brasília, onde os conspiradores vigiavam o ministro. Ele também seria encarregado de “resgatar” os militares que cometeriam o assassinato e auxiliar na fuga.

De acordo com a PF, Azevedo e outros integrantes do grupo roubaram dados de cidadãos comuns, sem seu conhecimento, para abrir contas bancárias e cadastrar os números de celular que seriam usados nas mensagens. O major foi identificado porque, mesmo após a “missão” de execução ser abortada, continuou usando as linhas telefônicas registradas em nome de civis.

Quem é Japão

A Polícia Federal também conseguiu identificar quem usava o codinome “Japão”. Trata-se do tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira, também um “kid preto”. Ele foi preso em fevereiro deste ano durante a Operação Tempus Veritatis. No depoimento que Rodrigo Azevedo, o “Brasil”, deu à PF, ele informou que ambos eram amigos pessoais e foram contemporâneos na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN). Rafael e Rodrigo ainda fizeram juntos o curso de forças especiais entre 2005 e 2006.

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Martins de Oliveira também aparece em conversas com o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, nas investigações sobre a trama golpista. Com o contato salvo como “Joe” no celular de Cid, Rafael pede ao ajudante de ordens orientações aos manifestantes que estavam acampados em Brasília às vésperas do 8 de Janeiro de 2023. A resposta de Cid é que eles deveriam se dirigir ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal, e que as Forças Armadas iriam apoiá-los.

Outros países

Os investigadores ainda não conseguiram identificar, por meio dos dados obtidos, os usuários do Signal que usavam os codinomes “Alemanha”, “Gana”, “Argentina” e “Áustria”. Pela análise das antenas telefônicas, sabe-se que “Argentina”, “Áustria” e “Brasil” (Rodrigo Azevedo) estiveram no mesmo local em Brasília, no dia 8 de dezembro de 2022. A investigação também observou que “Gana”, “Argentina” e “Brasil” (Rodrigo Azevedo) se encontraram pouco depois em outro endereço na capital federal.

O documento da Polícia Federal, datado de 13 de novembro deste ano, diz que as empresas telefônicas ainda estão enviando dados sobre as antenas telefônicas e as linhas investigadas. A PF espera que possa descobrir quem são todos os participantes do grupo com as novas informações.

 

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