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Quase metade dos campeões de voto de 2018 já trocou de partido

Da esquerda à direita, seis dos quinze mais bem votados em 2018 devem concorrer em novas legendas

Por Diogo Magri 16 mar 2022, 07h00

O mês de março chama a atenção no cenário político pela janela partidária, período em que os parlamentares são autorizados a trocar de legenda de acordo com os seus interesses nas eleições sem o risco de perderem o mandato. É esperado este ano que um grande número de deputados mude de sigla, principalmente em razão da ida do presidente Jair Bolsonaro para o PL e a criação do União Brasil (fusão do DEM com o PSL).

Mas a falta de fidelidade dos nossos deputados não é algo que se manifesta apenas neste momento pré-eleitoral. Dos quinze deputados mais votados do país na eleição de 2018, nada menos que seis já deixaram os partidos pelos quais se elegeram.

Parte das mudanças se deve a bolsonaristas que saíram do PSL para o PL, como Eduardo Bolsonaro (SP) (1º em 2018, com 1,8 milhão de eleitores, e o candidato a deputado mais votado da história brasileira) e Hélio Lopes (RJ), que foi o 8º em 2018, com 345 mil votos.

Houve também o movimento contrário: parlamentares que apoiaram o presidente e abandonaram o barco ao longo do mandato. Joice Hasselmann foi eleita pelo PSL com mais de um milhão de votos (a 2ª mais votada em 2018), apoiada por Bolsonaro, tornou-se líder do governo no Congresso, mas rompeu com ele e resolveu ir para o PSDB do presidenciável João Doria. Kim Kataguiri também se aproveitou da onda bolsonarista para se eleger pelo DEM em 2018, com 465 mil votos (4º da lista nacional), mas agora concorrerá pelo Podemos, que aposta na candidatura de Sergio Moro.

Os movimentos não são exclusividade da direita. Marcelo Freixo, um dos parlamentares de esquerda mais importantes do Congresso, escolheu trocar o PSOL, do qual foi um dos fundadores, pelo PSB no Rio de Janeiro, visando ter mais chances ao governo do estado. Ele foi o 9º mais votado do país em 2018, com 342 mil votos. O mesmo destino partidário foi escolhido por Tabata Amaral, eleita pelo PDT como a 14ª mais votada e 264 mil votos, e agora filiada ao PSB.

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Entre os campeões de voto que resistem na mesma legenda, alguns precisaram lidar com a mudança de nomes dos partidos. São os casos do 3º colocado Celso Russomanno, que viu o PRB virar Republicanos; do 6º, Tiririca, e da 15ª, Katia Sastre, que viram o PR se tornar PL; e do Delegado Waldir, eleito pelo PSL e 13º deputado mais bem votado do país, que ficou no partido que se uniu com o DEM e adotou o nome de União Brasil.

Sem trocas de legendas e nem de nomes, completam o top 15 de 2018 João Campos (5º colocado com o PSB), Marcel van Hattem (7º lugar com o Novo), Pastor Sargento Isidório (10º lugar pelo Avante), Sargento Fahur (11º pelo PSD) e Capitão Wagner (12º lugar, eleito pelo PROS).

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