Quanto custa uma pesquisa Datafolha para a eleição presidencial
Valor recebido pelo instituto é registrado no Tribunal Superior Eleitoral

A divulgação da pesquisa Datafolha na quinta-feira, 23, como ocorreu em outras ocasiões recentes, foi precedida de muita tensão no meio político e nas redes sociais, uma vez que o levantamento anterior, de maio, havia cravado a maior vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o presidente Jair Bolsonaro (PL), de 21 pontos percentuais. Na sondagem divulgada ontem, a diferença oscilou para 19.
Com a repercussão que a pesquisa consegue na mídia tradicional e nas redes sociais, muitos devem se perguntar porque o Datafolha não faz pesquisas com mais frequência. Além de motivos mais técnicos que devem embasar a decisão do instituto, também deve pesar um outro fator: o custo. A pesquisa divulgada na quinta-feitura custou R$ 473.780, ou seja, quase meio milhão de reais. O levantamento foi pago pelo jornal Folha de S. Paulo, empresa-mãe do Datafolha, como consta em nota fiscal apresentada no momento do registro do levantamento e disponível no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O custo alto se justifica pela envergadura do levantamento. O instituto ouviu de forma presencial 2.556 eleitores em 181 municípios das 27 unidades da federação. Tudo isso em tempo muito curto: os questionários foram aplicados na quarta e na quinta-feira passadas, consolidados na quinta e os resultados divulgados no início da noite do mesmo dia.
Há outros modelos de pesquisas que custam menos, como as feitas por telefone. O levantamento do instituto Ideia divulgado no último dia 23, por exemplo, custou R$ 27.970. O trabalho foi contratado pela revista Exame. Outra pesquisa feita por telefone, pelo instituto PoderData, pago pelo site Poder 360 e divulgada no último dia 22, custou um pouco mais: R$ 103.715. Já a do Ipespe registrada no final de maio, também feita por telefone, custou R$ 42.000, pagos pela corretora XP.
O levantamento da Quaest divulgado no dia 8 de junho, feito por meio de entrevistas presenciais, também teve um custo alto, como a do Datafolha: R$ 268.742, pagos pelo banco Genial. Já o levantamento do Paraná Pesquisas divulgado no início de junho, também presencial, teve custo de R$ 100.000 e foi coberto pela corretora BGC.