Quando Moraes vai decidir sobre ida de Bolsonaro à posse de Trump
Na noite de segunda, 10, ex-presidente apresentou convite e reiterou pedido para ficar cinco dias fora do Brasil

Está nas mãos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decidir se Jair Bolsonaro poderá ou não ir à posse do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de quem sempre foi um aliado de primeira hora. Na noite de segunda-feira, 13, o ex-presidente apresentou documentos exigidos pelo magistrado — o que inclui o convite, data de viagem e um compromisso de não atrapalhar as investigações — e aguarda uma decisão.
Moraes não tem prazo para apreciar o pedido, o que significa que uma decisão pode sair a qualquer momento. Também há uma terceira possibilidade: a de que Moraes peça mais explicações ao ex-presidente ou a outras autoridades. Além disso, mesmo que diga sim ao pedido do ex-presidente, o deferimento pode ser parcial, liberando-o para viajar em apenas parte dos dias requeridos. Porém, algo que é possível cravar é que o ministro não tem um perfil de protelar decisões importantes e tende a decidir rápido em situações como essa.
A posse de Trump está marcada para o dia 20 de janeiro, próxima segunda-feira, mas Bolsonaro pediu autorização para ficar cinco dias (de 17 a 22 de janeiro) em solo americano. Inicialmente, ele apresentou um e-mail enviado ao seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), pela conta “info@t47inaugural.com”, que não teria, de acordo com Moraes, informações sobre data, hora e local da cerimônia de posse. Por isso, na última sexta-feira, 10, ele intimou o ex-presidente a fornecer mais detalhes para apreciar o pedido. A defesa de Bolsonaro diz que os documentos apresentados na noite de segunda comprovam tanto a programação da posse quanto que o endereço de e-mail pertence ao governo dos EUA.
Adversário de Trump, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não irá à posse. O Brasil será representado pela embaixadora Maria Luiza Viotti. Por outro lado, o presidente argentino, Javier Milei, deve estar presente no cerimonial do republicano.