PSDB expulsa ex-líder do partido que tentou barrar Datena em São Paulo
Aliado do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), Fernando Alfredo entrou com ação para impugnar candidatura do apresentador
A direção nacional do PSDB anunciou nesta quarta-feira, 21, a confirmação da decisão da Comissão Executiva Municipal da sigla em São Paulo pela expulsão de Fernando Alfredo do partido. Aliado do prefeito Ricardo Nunes (MDB), o ex-presidente do PSDB paulistano é um dos principais críticos da escolha da legenda de lançar José Luiz Datena à prefeitura. Ele chegou a convocar filiados para protestarem na oficialização da candidatura do apresentador e, nesta semana, apresentou um pedido de impugnação do registro do candidato, alegando irregularidades.
O pedido de expulsão foi formalizado pelo próprio diretório municipal, hoje comandado por José Aníbal, que é candidato a vice na chapa de Datena. Segundo a direção tucana, a decisão foi tomada após “minuciosa análise” dos procedimentos que tramitavam internamente contra Alfredo por “desrespeito a diferentes disposições estatuárias”.
Em nota, o partido diz ainda que a Comissão Executiva Municipal do PSDB considerou que a conduta de Alfredo violou os princípios de democracia interna do PSDB ao tentar obstruir a convenção partidária, comprometeu a autonomia do partido e da federação com o Cidadania e adotou posturas em violação à ética, disciplina e a fidelidade partidária, como a propagação de fake news com o objetivo de tumultuar as ações do partido. A sigla também afirma que o ex-dirigente propagou manifestações homofóbicas contra o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB).
“Dessa forma, a Comissão Executiva Municipal do PSDB paulistano reafirma seu compromisso com a ética, o respeito e a convivência harmoniosa entre os filiados, e considera que a expulsão de Luiz Fernando Alfredo é uma medida necessária para a preservação dos princípios que regem o partido”, diz o comunicado.
Ex-dirigente
Em nota, Fernando Alfredo afirmou que sua expulsão do partido foi orquestrada por Datena e declarou que, mesmo fora da legenda, continuará “lutando pela democracia” e pelo “respeito à legalidade”. “Tal qual nas Escrituras Bíblicas, quando a cabeça de João Batista foi oferecida a Salomé, minha expulsão é a oferenda exigida por Datena, o ‘biruta de heliponto’ da política, que almeja o poder para proveito próprio, para seus prazeres mundanos do ego e da infâmia”, diz o ex-presidente do PSDB municipal.
“Ainda vivo, mesmo apeado de qualquer função partidária, continuarei a pregar no deserto, lutando pela democracia dentro e fora do partido. Lutando pelo respeito à legalidade. Lutando pelo respeito à Constituição. Lutando pela visão clara que fazer a política é servir as pessoas e não se servir delas. Assim faria Mário Covas. Assim faria Franco Montoro. Assim faria Bruno Covas”, concluiu o agora ex-tucano.