Primeiro suspeito dá nova versão para assassinatos de Dom e Bruno
Durante reconstituição, Amarildo apontou outro suspeito como autor dos disparos, segundo a polícia, ele chegou a admitir assassinato anteriormente
O pescador Amarildo da Costa de Oliveira, de 41 anos, primeiro preso por suspeita de ter participado do assassinato do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, mudou a versão que contou às autoridades sobre o crime e negou ter atirado contra a dupla. Em seu primeiro depoimento, Amarildo chegou a admitir que seria um dos autores do crime. Durante a reconstituição, quando foi levado ao local das mortes no rio Itaquaí por policiais federais, o pescador acusou o suspeito Jeferson da Silva Lima de ter trocado tiros com o indigenista.
Vídeos gravados durante a reconstituição do crime na última quarta-feira, 15, obtidos pela TV Globo, mostram que Amarildo aponta o outro suspeito como autor dos disparos contra Bruno e Dom. Ele diz que Jeferson e Bruno tiveram uma discussão enquanto navegavam no rio Itaquaí, e que o indigenista chegou a revidar alguns tiros após Jeferson atirar. O barco em que estavam Bruno e Dom teria então disparado em alta velocidade na direção de uma das margens do rio. Amarildo acusa o companheiro de matar o indigenista com um tiro nas costas e, em seguida, o jornalista inglês. De acordo com a PF e a Polícia Civil, porém, Amarildo teria admitido o crime antes da reconstituição.
Jeferson se entregou à polícia no último sábado, 18, e teria admitido participação na morte do indigenista e do jornalista. Além dos dois, também está preso o suspeito Oseney da Costa de Oliveira, que é irmão de Amarildo. Uma testemunha disse à polícia que levou Oseney até a lancha de Amarildo na mesma manhã do desaparecimento da dupla, e que ele carregava uma espingarda calibre 16. Oseney negou ter participado do assassinato, e seu irmão também afirmou que ele não teve envolvimento. Além dos três suspeitos presos, a Polícia Federal também investiga outras cinco pessoas por participar da ocultação dos corpos, queimados e esquartejados no meio da mata.