Prefeitura fez BO para questionar registro de vacinação de Bolsonaro em SP
Município suspeita de fraude em inclusão no sistema de saúde, que usou e-mail lula@gmail.com e citou lote da Janssen que nunca foi disponibilizado à cidade

Duas funcionárias do sistema de saúde do município de São Paulo foram à Polícia Civil para registrar um boletim de ocorrência no qual informam que não é procedente a informação de que o ex-presidente Jair Bolsonaro teria se vacinado contra a Covid-19 em uma unidade do bairro Peruche pertencente à rede administrada pela prefeitura.
Nesta quinta-feira, 4, circulou em veículos de imprensa e nas redes sociais a informação de que a CGU (Controladoria-Geral da União) havia encontrado um registro de vacina em nome do ex-presidente inserido no sistema do Ministério da Saúde. De acordo com a informação, Bolsonaro teria sido imunizado com uma dose da Janssen no dia 19 de julho de 2021.
O boletim de ocorrência foi registrado em 9 de janeiro deste ano na 2ª Delegacia Policial, logo após a Covisa ter tomado conhecimento do registro da suposta vacinação — a informação já havia circulado no início do ano. A queixa foi feita por Mariana de Souza Araújo, coordenadora do Programa Municipal de Imunizações, e Evanise Segala de Araújo, da assessoria jurídica da Covisa.
No registro, elas afirmam que o lote citado, de número 43.81.945, nunca foi disponibilizado ao município e que a “profissional registrada como suposta vacinadora nunca trabalhou na referida unidade de saúde”. Diz, ainda, que a “UBS Parque Peruche nunca realizou atendimento de saúde ao Sr. Jair Messias Bolsonaro”.
As funcionárias também alertam que o registro no sistema Vacivida foi feito por meio do e-mail lula@gmail.com, o que é um indício de fraude. Além disso, o registro no sistema foi feito apenas no dia 14 de dezembro de 2021, quase cinco meses após a suposta imunização.