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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Por que Pablo Marçal tem mais eleitores entre os homens? Entenda

Pesquisas mostram que o coach é o único entre os principais candidatos em São Paulo que tem um eleitorado mais masculino

Por Isabella Alonso Panho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 ago 2024, 18h09 - Publicado em 30 ago 2024, 17h23

Os últimos levantamentos feitos sobre as intenções de voto para a prefeitura de São Paulo no pleito deste ano mostram um crescimento significativo do coach e influenciador digital Pablo Marçal, que, na última semana, ficou pela primeira vez tecnicamente empatado com dois grandes adversários dessas eleições — o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL). No entanto, os números mostram ainda outra particularidade. Marçal, dentre os principais concorrentes à prefeitura, é o único que tem um eleitorado mais masculino.

Dados divulgados pelo instituto Paraná Pesquisas na semana passada mostram o coach com 17,9% das intenções de voto. Se esse voto fosse segmentado por gênero, e apenas as mulheres votassem, ele teria 14,2% dos votos. Na cena contrária, se fossem contabilizados apenas os eleitores homens, esse número seria de 22,4%. Todos os candidatos têm diferenças entre os públicos masculino e feminino (o prefeito Ricardo Nunes tem uma preferência um pouco maior das mulheres), mas a de Marçal é a mais gritante.

“O eleitorado dele é muito mais de homens, porque ele (Marçal) trabalha com o resgate de uma masculinidade que perdeu o protagonismo nos últimos anos”, afirma Ligia Mello, diretora de estratégia da Hibou, instituto de pesquisa. Segundo ela, há uma proposta de retomada do papel histórico convencional dos homens, que tem mudado, pelo aumento de mulheres na cena política. No debate organizado por VEJA no dia 19, não foram poucas as referências de Marçal ao casamento (seu e com o eleitor paulistano) e a ser um “homem de verdade” na política — frase que usou reiteradamente para se contrapor aos adversários ausentes.

Para Renato Meirelles, fundador do Instituto Locomotiva e colunista de VEJA, “o crescimento de Marçal é mais evidente entre homens, especialmente aqueles que têm ensino médio completo e têm entre 25 e 44 anos”. Ele complementa, ainda, que já é possível traçar um perfil do eleitor do coach. “O típico eleitor do Marçal é um homem jovem, na casa dos 30 anos, com ensino médio, que trabalha e sente que o sistema não o representa. Ele é evangélico convicto ou alguém que, mesmo sem religião, se identifica com valores conservadores”, explica.

A predominância de homens entre seu eleitorado não passou despercebida pela campanha de Marçal. Nas redes sociais, principal palanque da sua campanha, há um amplo destaque para a chamada “Mulheres com Marçal”, em que exibe imagens de eleitoras “fazendo o M” e prometendo seu voto. Sua própria vice, a policial militar Antonia de Jesus, anunciada por meio de um “chá de revelação” no dia da convenção do PRTB, faz parte dessa tentativa de mudar os números.

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