Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Imagem Blog

Maquiavel

Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Por que o PT e a esquerda têm tanta resistência a criticar Putin

Em notas genéricas, boa parte das lideranças brasileiras critica a guerra, mas nem cita o dirigente russo

Por Da Redação Atualizado em 25 fev 2022, 16h21 - Publicado em 25 fev 2022, 16h16

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, vem sendo duramente criticado pela comunidade política internacional, principalmente no Ocidente, após ter invadido a Ucrânia. No Brasil, no entanto, a situação é bem diferente. A reação do presidente Jair Bolsonaro foi de silêncio – até agora não emitiu nenhuma nota condenado o líder que visitara uma semana antes da guerra. Enre as lideranças de esquerda, o comportamento não é muito diferente.

Na maioria das vezes, as organizações e líderes de esquerda emitiram notas anódinas repudiando a guerra e pedindo diálogo, mas sem criticar o dirigente russo. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por exemplo, disse em nota que “ninguém pode concordar com guerra, ataques militares de um país contra o outro”, mas não incluiu uma palavra sobre Putin. A nota do partido foi na mesma linha, defendendo que a “resolução de conflitos de interesses na política internacional deve ser buscada sempre por meio do diálogo e não da força”. Mas nada de Putin.

Outros líderes de esquerda foram ainda mais genéricos, como Guilherme Boulos (PSOL): “Vale a frase de Sartre, há mais de 50 anos: ‘Quando os ricos fazem a guerra, são sempre os pobres que morrem’”, foi o seu único post sobre o assunto no Twitter.

No fundo, os líderes da esquerda poupam Putin porque não acham que ele esteja completamente errado – para a grande maioria, o dirigente russo está respondendo a uma agressão anterior: a movimentação dos EUA para que a Ucrânia passasse a fazer parte da OTAN, a aliança militar ocidental criada após a Segunda Guerra exatamente para conter a influência e o expansionismo soviético.

A bancada do PT no Senado cometeu o deslize de expor esse pensamento, mas acabou se arrependendo. Em nota no Twitter, assinada pelo líder Paulo Rocha (PT-PA), disse que o “condena a política de longo prazo dos EUA de agressão à Rússia e de contínua expansão da OTAN”. Pouco tempo depois, sob críticas, apagou. “A grande parcela da culpa, da responsabilidade (pela guerra), é dos EUA e da expansão da OTAN”, ecoou Celso Amorim, ex-chanceler no governo Lula, e ainda influente nas questões de política externa do partido.

Continua após a publicidade

João Pedro Stedile, líder do MST (movimento sem-terra) e aliado de sempre do petismo, saiu até em defesa da Rússia após o governo americano anunciar sanções. “Os EUA não têm moral para sancionar nenhuma nação neste mundo. Nunca cumpriu nenhuma resolução da ONU”, disse.

Em outros partidos, o pensamento é o mesmo. Juliano Medeiros (PSOL) se deu ao trabalho de responder a um tuíte do presidente americano Joe Biden. “Isso é sério? Você realmente acredita que seu governo não tem qualquer responsabilidade por essa crise depois que tentou levar a Ucrânia para a OTAN?”, escreveu.

Manuela Dávila (PCdoB) também apontou o dedo para os EUA ao defender que Rússia, Ucrânia e a comunidade internacional negociem a paz. “Isto requer que as legítimas preocupações da Rússia com sua segurança sejam consideradas, e que seja revertido o cerco da OTAN às suas fronteiras” postou nas redes sociais.

Continua após a publicidade

Ucrânia à direita

Outro motivo para colocar o pé no freio da solidariedade de esquerda à Ucrânia é o fato de o país ter dado uma guinada à extrema direita após a eleição em 2019 de Volodymyr Zelenski, um comediante, na esteira da onda de direita internacional que já havia levado ao poder  Donald Trump (EUA), em 2017, e Bolsonaro (Brasil), em 2018.

 

Seu partido, o Servo do Povo, e seu governo são frequentemente acusados de ligação com grupos neonazistas, que se tornaram comuns na Ucrânia. Esse movimento chegou a inspirar parte da direita bolsonarista no Brasil, que em determinado momento passou a usar de forma frequentemente o termo “ucranizar o Brasil” e a levar símbolos do neonazismo ucraniano para protestos de rua no Brasil.

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.