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A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho, Heitor Mazzoco e Pedro Jordão. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Por que Daniel Silveira pede ‘saidinha’ que direita derrubou no Congresso

Ex-deputado entra com petição no STF alegando que foi condenado antes da mudança na lei, aprovada graças à ofensiva bolsonarista contra o benefício em 2024

Por Ramiro Brites Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 mar 2025, 15h18 - Publicado em 4 mar 2025, 11h16

O ex-deputado federal Daniel Silveira entrou com um pedido de saída temporária no feriado de Páscoa, no dia 20 de abril. A petição foi encaminhada na sexta-feira passada, 28 de fevereiro, e recebida pelo gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) no domingo, 2 de março. A solicitação ainda será analisada por Moraes.

A ironia no pedido é que a direita brasileira, em especial a bolsonarista — da qual Silveira fez parte no Congresso —, sempre foi duramente crítica às chamadas “saidinhas” e fez disso, inclusive, uma de suas principais bandeiras na área de segurança no Parlamento. A alegação para tentar derrubar um benefício que existe há anos na legislação brasileira era a de que a medida beneficiava criminosos perigosos, que usava o direito para sair dos presídios e cometer mais crimes.

Graças a uma ofensiva da direita, o Congresso aprovou no ano passado a lei 14.843/24, que praticamente acabou com o benefício — o projeto foi relatado na Câmara pelo deputado Guilherme Derrite (PL-SP), hoje secretário da Segurança Pública de São Paulo, e no Senado por Flávio Bolsonaro (PL-RJ), ambos aliados de Silveira. Quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou boa parte do projeto, os bolsonaristas criticaram duramente o petista e exploraram o veto junto aos seus apoiadores.  À época, Flávio disse que a medida de Lula ia gerar uma “festa no presídio”. “Como esperado, Lula vetou o fim das saidinhas de presos em feriados. Perdem as vítimas, vencem os bandidos”, disse. O veto foi derrubado pelo Congresso.

Na petição apresentada à Justiça, o ex-deputado quer ter direito ao benefício porque ele foi condenado antes da mudança da lei. “No caso em tela, o apenado já cumpriu o lapso temporal necessário para usufruir da saída temporária. Ainda que se tenha o advento da lei 14.843/24, a condenação foi anterior à atualização normativa, portanto, não se aplica ao requerente”, diz o documento,

Os advogados de Silveira ainda afirmam que ele tem tido um comportamento “exemplar” e se dedicado “ao trabalho e aos estudos”. “O trabalho realizado de seu cárcere não apenas demonstra sua disposição para a reintegração social, como também foi suficiente para a remição de parte da pena”, diz a petição.

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Vaivém do presídio

Em outubro do ano passado, Moraes havia autorizado a progressão de pena de Silveira para o regime semiaberto, em que pode trabalhar durante o dia e voltar à penitenciária à noite. A medida foi respaldada com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR).

O abrandamento da pena foi estendido no dia 20 de dezembro, quando Silveira ganhou o direito à liberdade condicional, com o uso de tornozeleira eletrônica. No entanto, descumpriu regras de horário para voltar para casa e voltou a ser preso no dia 24 de dezembro, com a determinação de que cumpriria o restante da pena em regime fechado, no presídio de Bangu 8.

Em fevereiro deste ano, Moraes autorizou novamente o regime semiaberto. Agora, Silveira pode sair para trabalhar, mas deve se apresentar todas as noites na Colônia Agrícola Marco Aurélio Vergas Tavares de Mattos, em Magé (RJ).

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Eleito pelo PSL em 2018 na esteira do bolsonarismo, Daniel Silveira ficou conhecido por quebrar uma placa com o nome da ex-vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco ao lado do deputado estadual Rodrigo Amorim (União-RJ). Ex-policial militar, Silveira foi um parlamentar estridente da base de Jair Bolsonaro e mantinha o discurso “linha dura” na segurança pública.

Placamarielle (1)
(Reprodução/Facebook)

 

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