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Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Por que a governadora do Ceará é favorita para assumir o MEC com Lula

Além de ter se cacifado na eleição deste ano ao apoiar o PT ao governo, Izolda Cela tem no currículo experiências positivas na educação em Sobral e no Ceará

Por Laísa Dall'Agnol Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 21 nov 2022, 14h21

Desde que venceu a corrida ao Palácio do Planalto, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e a equipe de transição têm desenhado o que virá a ser a estrutura ministerial do próximo governo — com a já certa ampliação do número de pastas — e seus eventuais titulares.

Dentre os cotados para o Ministério da Educação, pasta detentora de uma das maiores fatias do orçamento da União, um dos nomes que despontam é o da governadora do Ceará, Izolda Cela.

Além de mulher e nordestina (características que Lula considera relevantes), ela tem a seu favor o legado positivo na educação durante a sua atuação no município de Sobral e no governo do Ceará — nos dois casos, ela ocupou o cargo de secretária da Educação e ajudou a promover melhorias significativas nos índices de alfabetização infantil.

Recentemente, Izolda ainda se cacifou politicamente ao caminhar ao lado da vitoriosa candidatura do PT para a sua sucessão. Apoiada por Camilo Santana (PT), de quem herdou o mandato (ela era vice dele) e pelos irmãos Cid e Ivo Gomes, ela acabou perdendo a indicação do PDT para o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio, que era o preferido de Ciro Gomes. Magoada, deixou o PDT e declarou apoio a Elmano Freitas (PT), que acabou sendo eleito governador ainda no primeiro turno.

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Carreira

Nascida em Sobral, Izolda é formada em psicologia, tem especialização em educação infantil e em gestão pública e lecionou pedagogia. Iniciou sua trajetória política em 2001, quando, filiada ao PT, passou a auxiliar Ivo Gomes na Secretaria de Educação de Sobral. À época, cerca de 50% das crianças da terceira série terminavam o ano sem saber ler ou escrever. Após o diagnóstico, Izolda desenhou um plano de alfabetização na idade certa. No ano seguinte, assumiu a secretaria quando Ivo saiu para disputar uma vaga como deputado estadual. Nesse período, colocou em prática o que seriam os principais pilares do projeto: crianças em séries avançadas e com defasagem no aprendizado tinham atenção especial, enquanto educadores cujas turmas atingissem as metas recebiam bonificações. O resultado, em quatro anos, foi expressivo: o índice de alfabetização na cidade cresceu 140% e, ao final da sua gestão, mais de 90% dos alunos da primeira série sabiam ler e escrever.

Em 2007, ao assumir o governo do estado, Cid Gomes levou Izolda e sua equipe para a Secretaria Estadual de Educação. À frente da pasta, ela foi responsável pela implementação do Paic (Programa de Alfabetização na Idade Certa) e continuou no comando da área até o final do segundo mandato, em 2014. Em 2015, os resultados na alfabetização no Ceará alçaram Cid ao posto de ministro da Educação de Dilma Rousseff (PT).

Também em 2014, Izolda, então filiada ao Pros, disputou o cargo de vice-governadora do Ceará na chapa vitoriosa de Camilo Santana (PT). Em 2018, já no PDT, concorreu à reeleição novamente na chapa do petista, que venceu a disputa em primeiro turno com quase 80% dos votos válidos. Em 2022, quando Camilo deixou o cargo para concorrer a uma vaga no Senado, Izolda tornou-se a primeira mulher a assumir o Executivo cearense.

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Favorita

Na edição desta semana, a governadora do Ceará falou a VEJA sobre os desafios que o Ministério da Educação terá no próximo governo. Apenas no âmbito da alfabetização, a Pesquisa Todos pela Educação 2022, do IBGE, aponta que 2,4 milhões de crianças entre 6 e 7 anos não foram alfabetizadas. O índice, que representa quase 41% do total de brasileiros dessa idade, é 66% maior do que o registrado antes da pandemia de Covid-19. Apesar de declarar não ter recebido nenhum convite para chefiar a pasta Izolda diz ficar “muito honrada” ao ter seu nome lembrado. 

É possível reverter os indicadores negativos na educação? De que forma? As questões realmente importantes da educação vão estar na ordem do dia, ao contrário do que vimos, infelizmente, ao longo desses anos, em que a agenda foi completamente desprezada. Principalmente as questões que desafiam estados e municípios no tocante ao aprendizado das crianças, que ficaram totalmente desprezadas. Recolocando na agenda essas questões essenciais já é um primeiro passo para começar a reverter as situações de muita dificuldade que tivemos ao longo desses anos.

O governo fez diversos cortes no orçamento da Educação. Além disso, a pasta foi envolvida em suspeitas de corrupção. Como recuperar a força e o protagonismo do MEC? Um dos pontos imprescindíveis é a retomada do regime de colaboração do governo federal com estados e municípios. Retomar esse diálogo em termos republicanos de cooperação, focado no trabalho, focado nos desafios, com transparência e com responsabilidade. Essa é a expectativa que nós temos para recuperar a força e o protagonismo do MEC. O status de prioridade da educação vai, com certeza, demandar a garantia dos recursos necessários, embora sabendo que teremos tempos exigentes para reequilibrar as contas do país. Mas, com certeza, aquilo que é essencial para a educação vai ser garantido.

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O seu nome tem sido fortemente cotado para ocupar o MEC. Já houve algum convite? Não houve nenhum convite nesse sentido. Claro que fico muito honrada que meu nome seja lembrado. Sinal de que estamos fazendo um bom trabalho ao longo dos últimos anos e estamos no caminho certo no Ceará. Meu foco agora é concluir meu mandato no governo do estado da melhor forma possível, entregando obras e realizando ações que possibilitem melhorar a qualidade de vida dos cearenses.

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