Polícia investiga falsos nudes de alunas de colégio tradicional do Rio
Vítimas de montagens feitas com inteligência artificial são do 7° ao 9° ano do Santo Agostinho, na Barra da Tijuca, e teriam idades entre 14 e 16 anos

A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga a denúncia de que estudantes do tradicional Colégio Santo Agostinho da Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade, teriam manipulado imagens de ao menos vinte alunas por meio de aplicativos que usam inteligência artificial e espalhado nudes falsos pela escola e nas redes sociais. As vítimas têm idades entre 14 e 16 anos e cursam do 7° ao 9° ano.
Em nota, o colégio lamentou o episódio, manifestou apoio às famílias e afirmou que tomará medidas disciplinares contra os envolvidos. “O Colégio Santo Agostinho soube dos episódios que muito nos assustam e decepcionam, envolvendo nossos alunos em imagens montadas com inteligência artificial. Lamentamos constatar que essa ferramenta criada para solucionar problemas e apoiar a vida moderna ainda não tem seu fim utilizado de maneira correta”, afirmou o colégio. A nota é assinada pelo diretor do colégio, Frei Nicolás Luis Caballero Peralta.
O caso está sendo investigado na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente. Em nota, a Polícia Civil do Rio afirmou que instaurou procedimento para apurar os fatos e tem feito diligências para esclarecer o caso. “Todos os envolvidos estão sendo chamados para serem ouvidos na especializada”, diz o texto.
Segundo informações preliminares colhidas pela polícia, alunos do colégio teriam baixado um aplicativo que facilita a manipulação de imagens e feito alterações nas quais os rostos das vítimas foram recortados e montados em corpos nus. As imagens passaram a ser divulgadas no final da semana passada. A polícia informou que vai colher depoimentos para tentar identificar os culpados.
O uso da inteligência artificial para o cometimento de crimes tem sido alvo de preocupação mundial. Em um encontro no Reino Unido, nesta semana, 28 países assinaram uma carta aberta na qual alertam para os riscos do uso dessa ferramenta para a segurança mundial, e propõem um acordo internacional para evitar a ocorrência de crimes. É a primeira manifestação internacional sobre o tema.