PL demite Wajngarten após troca de mensagens com críticas a Michelle
Em troca de mensagens, advogado teria concordado com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, sobre preferir Lula na Presidência à ex-primeira-dama

O Partido Liberal (PL) demitiu nesta terça-feira, 20, o advogado Fabio Wajngarten, que até então era uma espécie de porta-voz oficial do ex-presidente Jair Bolsonaro. A decisão por não mantê-lo na legenda ocorreu depois de mensagens atribuídas a ele serem vazadas com críticas a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, cotada para disputa da eleição presidencial de 2026 da inelegibilidade do marido.
A troca de mensagens ocorreu entre Wajngarten e o tenente-coronel Mauro Cesar Cid, então ajudante de ordens do ex-presidente. Mauro Cid encaminhou notícia sobre possível lançamento de Michelle na corrida presidencial e escreveu em seguida: “Prefiro o Lula”. Wajngarten, então, concordou: “Idem”. A conversa teria ocorrido logo depois do começo do governo Luiz Inácio Lula da Silva, em janeiro de 2023.
Em outra mensagem, o advogado questiona suposto valor recebido por Michelle do partido, onde é presidente do PL Mulher nacional — quase 40 mil reais — “porque ela carrega o bolsonarismo sem a rejeição do Bolsonaro”. “Em que mundo o Valdemar está vivendo”, completa Wajngarten.
Entre junho de 2020 e março de 2021, o advogado ocupou cargo de secretário-executivo do Ministério das Comunicações do governo Bolsonaro. Ele foi indiciado em julho do ano passado pela Polícia Federal no que ficou conhecido como inquérito das joias. A investigação apura se o ex-presidente e assessores se apropriaram indevidamente de joias sauditas recebidas de presente para o então chefe do Poder Executivo federal. Wajngarten foi indiciado por lavagem de dinheiro e associação criminosa.
O advogado criticou, à época, a decisão da Polícia Federal. Ele afirmou não ter cometido crimes e que estava apenas defendendo cliente no exercício de sua profissão. “A iniciativa da Polícia Federal de pedir meu indiciamento no caso dos presentes recebidos pelo ex-presidente é arbitrária, injusta e persecutória. É uma violência inominável e um atentado ao meu direito de trabalhar”, disse pelas redes sociais na ocasião.