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PF quer usar dados de CPIs em investigação contra bolsonaristas no STF

Delegada solicitou a Moraes que peça compartilhamento de documentos sigilosos, entre os quais quebras de sigilo de membros do "gabinete do ódio"

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 3 ago 2021, 15h40 - Publicado em 3 ago 2021, 14h21

As CPIs da Pandemia e das Fake News, com seu imenso potencial de chamuscar o governo, podem acabar dando combustível a uma investigação contra bolsonaristas no Supremo Tribunal Federal (STF). A Polícia Federal quer que o ministro Alexandre de Moraes, relator de um inquérito que apura a existência de uma organização criminosa que atua contra a democracia, peça às comissões parlamentares o compartilhamento de dados sigilosos coletados por ambas.

A CPI da Pandemia voltou às atividades no Senado nesta terça-feira, 3, enquanto a comissão mista das Fake News está paralisada desde o começo da crise sanitária do coronavírus.

Da comissão que investiga a condução da pandemia, a delegada Denisse Dias Rosas Ribeiro, responsável pela investigação, está de olho nas quebras de sigilo de integrantes do chamado “gabinete do ódio” – estrutura montada no Palácio do Planalto com assessores para gerenciar perfis nas redes sociais e disseminar ataques a rivais do presidente Jair Bolsonaro.

Denisse citou a Moraes interesse pelas quebras de sigilo dos assessores presidenciais Tercio Arnaud Tomaz, José Matheus Salles Gomes, Mateus Matos Diniz, além do assessor do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) Carlos Eduardo Guimarães e o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos.

Na comissão com deputados e senadores que investiga a disseminação de notícias falsas, a PF pretende examinar oito documentos. Estão na lista informações sobre contas banidas pelo WhatsApp, documentos entregues pelos deputados Alexandre Frota (PSDB-SP) e Joice Hasselmann (PSL-SP) à CPI, além de dados telefônicos de Frota e uma denúncia feita pelo deputado Nereu Crispim (PSL-RS), ex-bolsonarista, sobre um grupo criminoso que coordenaria uma milícia digital com mais de 40 páginas e perfis nas redes sociais.

O inquérito em curso no STF, aberto a partir da investigação sobre os atos antidemocráticos, apura a existência de uma organização criminosa de bolsonaristas que atuam no ambiente digital “com a nítida finalidade de atentar contra a Democracia e o Estado de Direito.” Moraes determinou que ele mesmo fosse relator da apuração, já que é o responsável por outra apuração conexa em andamento na Corte, o chamado “inquérito das fake news”.

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