PF prende um dos traficantes mais procurados da América do Sul
Uruguaio detido em Foz do Iguaçu integra cartel acusado até de corromper agentes da Interpol
A Polícia Federal prendeu em um condomínio de Foz do Iguaçu (PR) um dos maiores narcotraficantes do Uruguai e um dos criminosos mais procurados da América do Sul. O homem, cujo nome não foi divulgado, é foragido da Justiça paraguaia, onde sua prisão preventiva por tráfico de drogas, associação criminosa e lavagem de dinheiro havia sido decretada em março de 2022.
Desde que sua inclusão na lista vermelha da Interpol (polícia internacional) foi registrada, ele vinha se escondendo em diferentes países da América do Sul. O preso é irmão do homem mais procurado pela Justiça do Uruguai por tráfico internacional de drogas e, segundo a PF, atuava como intermediário dele em constantes viagens da Bolívia para o Paraguai a fim de garantir as transações ilícitas do irmão e os pagamentos necessários a organizações criminosas fornecedoras de drogas.
O traficante estava no Brasil para acompanhar o nascimento de seu filho, cuja mãe seria uma cidadã boliviana. Os mandados de prisão e de busca e apreensão cumpridos nesta terça foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, a pedido da PF.
Cocaína para a Europa
De acordo com a PF, o nome do traficante foi identificado na Operação A Ultranza Py como peça-chave no envio de entorpecentes da América do Sul para a Europa. A investigação, iniciada em 22 de fevereiro de 2022 e uma das maiores já feitas no continente, é realizada pela Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai, em coordenação com o DEA (órgão dos Estados Unidos para repressão ao tráfico de drogas), a agência da União Europeia para cooperação policial internacional e a polícia do Uruguai.
O objetivo é desmantelar um esquema que enviaria toneladas de cocaína da América do Sul para portos da Europa e da África. O homem preso em Foz do Iguaçu e seu irmão integrariam o grupo criminoso Primer Cartel Uruguayo, de forte poder financeiro, a ponto de cooptar agentes que atuavam na Interpol paraguaia – três deles foram presos no final de novembro, segundo o Ministério Público do Paraguai.