PF indicia Marçal por uso de laudo falso contra Boulos na eleição
Coach prestou depoimento por duas horas e negou envolvimento no episódio
A Polícia Federal indiciou o coach Pablo Marçal, candidato derrotado à prefeitura de São Paulo, pelo uso de documento falso durante a campanha. Na antevéspera da votação do primeiro turno, no início de outubro, o então concorrente pelo PRTB divulgou em seu perfil pessoal nas redes sociais um laudo falso sobre o então candidato do PSOL, Guilherme Boulos.
Marçal foi indiciado após prestar depoimento na sede da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, no final da manhã desta sexta-feira, 8. Na oitiva, que durou cerca de duas horas, o coach disse que a postagem foi feita por sua equipe e negou qualquer envolvimento no episódio. Em seguida, ele foi informado do indiciamento – quando a autoridade policial identifica indícios de cometimento de crime.
Durante a campanha, Marçal fez reiteradas acusações falsas sobre uma suposta internação de Boulos numa clínica por uso de drogas e falou por diversas vezes que iria divulgar um documento que comprovaria o que ele estava falando. O laudo falso foi divulgado na noite de sexta-feira, 5 de outubro.
Naquele momento, as pesquisas de intenção de votos apontavam Marçal em situação de empate técnico triplo com o prefeito e então candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), e Boulos. A divulgação do documento foi vista como cartada final de Marçal para garantir vaga no segundo turno.
No laudo, no entanto, constavam diversas incongruêcias, como uma assinatura falsa de um médico que já havia morrido. A filha do médico foi a público afirmar que ele jamais trabalhou na clínica Mais Consultas, de onde teria saído o laudo.
A investigação da PF foi aberta no dia seguinte. Uma perícia realizada pela corporação atestou a fraude no laudo médico.
Após a tomada de depoimento nesta sexta-feira, 8, o delegado responsável pelo caso indiciou Marçal pelo uso do documento. A autoria também está sendo investigada.
O coach também é alvo de representação na Justiça Eleitoral, que pode torná-lo inelegível, em caso de condenação. Procurado por meiode sua assessoria, Marçal não se manifestou.