Pesquisas põem em xeque o potencial de Lula como cabo eleitoral no RJ e SP
Levantamentos feitos pela Quaest e pelo Paraná Pesquisas mostram alcance limitado do presidente nas campanhas municipais
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende ser um dos principais, talvez o maior, cabo eleitoral nas campanhas municipais nas grandes cidades. Mas as últimas pesquisas eleitorais acendem ao menos um sinal de alerta em relação ao real potencial do petista.
Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 24, aponta que 75% dos eleitores da cidade do Rio de Janeiro não votariam em um nome apoiado por Lula apenas com base na indicação do petista. Outros 23% afirmaram que votariam e 3% não souberam ou não responderam (o total dá mais de 100% por causa dos arredondamentos).
O desempenho na capital fluminense é parecido com o de outro aspirante a maior cabo eleitoral nas disputas municipais, o ex-presidente Jair Bolsonaro: 71% disseram que não votariam em um candidato apenas com base no seu apoio, enquanto 27% afirmaram que sim e 2% não souberam ou não responderam.
No caso de Lula, a pesquisa mostra que o seu candidato no Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes (PSD), oscilaria de 52% para 46% das intenções de voto caso o seu nome fosse atrelado ao de Lula. Já no caso de Alexandre Ramagem (PL), apoiado por Bolsonaro, o seu percentual sobe de 14% para 30% quando o seu nome é ligado ao do ex-presidente.
São Paulo
Na capital paulista, levantamento divulgado pelo instituto Paraná Pesquisas no último dia 19 de julho mostra que a avaliação positiva da gestão de Lula vem caindo na maior cidade do país desde o início do ano.
De acordo com a pesquisa, o paulistano está bastante dividido em relação ao trabalho feito pelo petista em seu terceiro mandato: 48,7% aprovam a sua gestão e 47,9% a desaprovam, além de 3,4% que não souberam ou não quiseram opinar.
Em fevereiro deste ano, segundo o mesmo instituto, a taxa de aprovação era de 54,9% — depois, ela oscilou sempre negativamente, para 53,6% em março, 50,5% em maio, 49% em junho e agora 48,7%. Já a taxa de desaprovação fez o movimento inverso: era de 41,9% em fevereiro, passou para 43,6%, depois 45,7%, foi a 46,9% e agora chegou a 47,9%.
Lula nos palanques
O presidente tem deixado claro que não vai medir esforços para vencer nas duas principais capitais do país. No último sábado, 20, ele foi a maior estrela na convenção que ratificou a chapa Guilherme Boulos (PSOL) e Marta Suplicy (PT) para a prefeitura.
No último dia de junho, Lula também esteve no Rio de Janeiro, inaugurou e anunciou obras ao lado de Eduardo Paes, a quem definiu como “o melhor prefeito do país”. Mesmo assim, ao contrário de Boulos, Paes não irá ceder a vaga de vice ao PT na chapa. Além do receio de perder eleitor com a ligação direta com o petismo, Paes deve deixar o cargo em 2026 para disputar o governo, o que faria com que o seu vice se tornasse prefeito por quase dois anos.