Pacote fiscal piora avaliação de Lula e Haddad no mercado, diz pesquisa
Levantamento Genial/Quaest foi realizado após governo federal detalhar medidas de ajuste das contas públicas
O pacote de ajuste fiscal anunciado pelo governo federal teve repercussão profundamente negativa entre agentes do mercado financeiro. Após o anúncio das medidas, na última semana, os índices de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no setor tiveram uma queda acentuada.
Segundo pesquisa Genial Investimentos/Quaest publicada nesta quarta-feira, 4, Lula acumula 90% de avaliação negativa entre investidores, disparando quase 30 pontos percentuais em relação a março deste ano. No mesmo período, a percepção do governo como “regular” despencou de 30% para 7%, e apenas 3% dos agentes do mercado consideram a gestão petista positiva.
O mesmo baque afetou a imagem de Haddad no mercado financeiro. Segundo a pesquisa, o índice dos que consideram o seu trabalho negativo cresceu de 12% para 24%, enquanto o de avaliação positiva caiu de 50% para 41% na comparação com março deste ano — a avaliação regular oscilou de 38% para 35% no período.
Ministro enfraquecido
Ainda de acordo com a pesquisa, Haddad, que sempre foi o personagem visto pelo setor com mais simpatia dentro da equipe de Lula, perdeu força dentro do governo desde o início do atual mandato. Para 61% dos entrevistados, o ministro encontra-se mais enfraquecido hoje do que em janeiro de 2023, enquanto 4% veem o titular da Fazenda fortalecido e 35% não relataram grandes mudanças nos últimos 24 meses.
Para se ter uma ideia da mudança de humor, em março deste ano, 51% consideravam que o ministro estava mais forte do que no começo do mandato, enquanto apenas 14% achavam que ele estava mais fraco — outros 35% consideravam que seu prestígio não havia se alterado desde o começo do terceiro mandato de Lula.
Política econômica na direção errada
À parte a avaliação pessoal do ministro, a percepção da gestão macroeconômica do país é catastrófica no segmento. Questionados sobre o rumo da política econômica brasileira, 96% dos entrevistados responderam que a gestão vai na direção errada, contra 4% que disseram concordar com o direcionamento dado pelo Executivo federal à economia nacional.
Pesquisa
O levantamento foi feito entre os dias 29 de novembro e 3 de dezembro, por meio de 105 entrevistas no Rio de Janeiro e em São Paulo — foram ouvidos gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão no mercado financeiro.