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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Os políticos que ainda usam o X mesmo após bloqueio por Moraes

Deputado Nikolas Ferreira admite usar VPN, o que é vetado na decisão do ministro; senador Sergio Moro diz que pediu a amigo nos EUA para publicar

Por Bruno Caniato Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 2 set 2024, 18h33 - Publicado em 2 set 2024, 17h03

Diversos parlamentares brasileiros estão descumprindo a ordem de bloqueio do X (ex-Twitter) determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e utilizando livremente a rede social controlada por Elon Musk. Através de fontes no exterior, a reportagem de VEJA teve acesso a publicações feitas ao longo de todo o final de semana até a tarde desta segunda-feira, 2.

A lista de parlamentares que continuam ativos na plataforma inclui os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG), Carla Zambelli (PL-SP), José Medeiros (PL-MT) e Marcel van Hattem (Novo-RS), e os senadores Sergio Moro (União-PR) e Marcos do Val (Podemos-ES).

Veja a seguir uma galeria com alguns posts feitos depois do bloqueio da rede social:

Acesso via VPN foi proibido pelo STF

Para utilizar a rede social, que começou a ficar indisponível para os brasileiros já na noite de sexta-feira, 30, é preciso utilizar mecanismos chamados de VPNs (redes virtuais privadas, na sigla em inglês). Na prática, as VPNs são serviços comerciais que permitem “desviar” a conexão do Brasil para outro país antes de acessar a rede, mascarando a identidade do usuário.

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Alguns parlamentares, como Nikolas Ferreira, confirmaram abertamente em suas publicações que estavam utilizando VPNs para acessar o X. Na ordem judicial de Moraes, quem usar o subterfúgio das VPNs para burlar o bloqueio está sujeito a multa diária de 50.000 reais — a penalidade chegou a ser suspensa poucas horas após a determinação, mas foi restaurada pela Primeira Turma do STF em julgamento nesta segunda-feira, 2.

O senador Sergio Moro, em postagem compartilhada no último domingo, 1º, disse que pediu “a um amigo nos US (sic)” que publique em seu perfil a partir dos Estados Unidos até que o acesso à rede seja restaurado no Brasil. “Sou Senador da República pelo Paraná, tenho imunidade material por opiniões, palavras e votos”, justificou o ex-juiz.

Ainda nesta segunda-feira, alguns usuários brasileiros relataram que tiveram o acesso ao X restaurado (ou não chegaram a perdê-lo), mesmo sem o uso de VPN. A suspeita é de atraso ou problema técnico por parte das operadoras de internet, responsáveis pelo bloqueio, que somam mais de 20.000 empresas em todo o Brasil.

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Perfis bloqueados foram recuperados

Após o bloqueio do antigo Twitter, algumas contas de brasileiros investigados pelo STF que estavam suspensas por ordem judicial foram repentinamente restauradas. Foi o caso do blogueiro Allan dos Santos, fundador do portal Terça Livre, e do podcaster Bruno Aiub, conhecido nas redes como Monark.

O próprio Elon Musk não se pronunciou sobre o ocorrido, levantando incertezas sobre a recuperação das contas se dever a um problema técnico ou a novos descumprimentos de ordens judiciais. Ao longo do final de semana, o bilionário sul-africano voltou a publicar insultos, provocações e memes contra Moraes, chamando o ministro de “ditador do Brasil” e de “Voldemort” (referência ao vilão da série de fantasia Harry Potter).

Mais cedo, nesta segunda-feira, Musk compartilhou uma montagem feita por um apoiador que “transformou” uma foto de Moraes em uma versão feminina. “Se gostou, use uma VPN como proteção”, debochou o magnata.

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TSE e PT

Alguns perfis ligados a instituições políticas e de Estado, como os do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do Partido dos Trabalhadores (PT) e de ao menos quatro ministérios, também fizeram publicações após a suspensão da rede social. As assessorias das entidades afirmam que os posts já estavam agendados antes do bloqueio e, com a rede inacessível, não puderam ser removidos a tempo.

 

 

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