Maquiavel

Por José Benedito da Silva

A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Bruno Caniato, Isabella Alonso Panho, Heitor Mazzoco e Pedro Jordão. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Brasil

Os planos —e preocupações— de Lula na primeira reunião ministerial do ano

Segundo Rui Costa, encontro deve acontecer até o final de janeiro; Orçamento será uma das prioridades

Por Laísa Dall'Agnol SEGUIR SEGUINDO Atualizado em 8 jan 2025, 20h09 - Publicado em 8 jan 2025, 19h33

Lula em última reunião de ministros de 2024, em 20 de dezembro (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve realizar até o final de janeiro a primeira reunião ministerial do ano para discutir as prioridades do governo para 2025. Na segunda-feira, 6, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que Lula pretende apresentar, no encontro, um balanço de sua atual gestão, além de tratar de medidas importantes que já foram aprovadas e daquelas que ainda estão pendentes.

“Vamos preparar juntos essa reunião, que deve acontecer agora na segunda quinzena [de janeiro]. O presidente quer fazer um balanço dos dois anos de governo, das medidas que foram votadas, do que faremos juntos. Para cada vez mais estarmos alinhados, atuando junto, o governo integrado”, disse Costa ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Na ocasião, ambos haviam participado do que Haddad classificou de uma reunião de “rotina do governo”. O encontro foi apenas com os dois auxiliares e suas equipes.

Os ministros discutiram temas tidos como prioridade para o Planalto: a aprovação do Orçamento de 2025 — a votação, que geralmente acontece em dezembro, foi adiada para este ano –, e de medidas que regulamentam o pacote fiscal, sancionado por Lula também em dezembro. “Aprovamos medidas no final do ano que precisam ter consequência”, disse Haddad. “A Casa Civil coordena todo o governo. É importante que estejamos bem integrados pra fazer com que essas leis produzam resultados no menor espaço de tempo possível”. Segundo Rui Costa, o governo vai “botar a mão na massa” para fazer as portarias e decretos necessários.

Nesta quarta-feira, 8, Haddad admitiu que o governo errou em anunciar o pacote de corte de gastos em conjunto com a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até 5.000 reais. O anúncio casado gerou frustração entre analistas e agentes do mercado financeiro, que, apesar de o governo ter dito que a medida seria neutra em termos de gastos públicos, porque seria compensada com o aumento de impostos para a alta renda, não receberam bem a mistura de corte de gastos e renúncia na arrecadação.

Encontro

Lula teve a última reunião com ministros em 20 de dezembro, um dia depois de ter retornado a Brasília de São Paulo, onde realizou uma cirurgia para drenar um sangramento intracraniano. O encontro, que teve a presença de todos os 38 ministros e dos líderes do governo no Congresso, não foi exatamente uma “reunião ministerial”, e sim um almoço de confraternização no Palácio do Alvorada.

Na ocasião, não houve declaração à imprensa, mas Lula sinalizou a iminência de trocas na comunicação no governo — ele convidou o publicitário Sidônio Palmeira para o almoço. Na última terça, o Planalto confirmou a demissão de Paulo Pimenta da Secom e o ingresso de Sidônio na pasta.